Previdência

'Corremos risco de não termos aposentadoria para filhos e netos', diz Moro

Em passagem por Belo Horizonte, o ministro da Justiça e Segurança Pública reforçou seu apoio à reforma da Previdência

Por Sávio Gabriel e Fransciny Alves
Publicado em 26 de abril de 2019 | 15:43
 
 
 
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Em passagem por Belo Horizonte, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, reforçou nesta sexta-feira (26) seu apoio à reforma da Previdência. Durante evento voltado a empresários, que ocorreu em hotel na região Centro-Sul da capital mineira, o ex-juiz ressaltou que é necessário equilibrar as regras entre os setores público e privado para diminuir o déficit fiscal e garantir o benefício para as próximas gerações. Ele também negou que magistrados vão ter privilégios se novo regime for aprovado.
 
“Eu compartilho dessa preocupação. Não é da minha pasta, mas sei da importância. Precisamos ter regras mais equânimes nessa área. Igualmente, existe um problema fiscal que não é possível que não seja reconhecido. Corremos o risco de não termos aposentadoria para os nossos filhos e netos se não reformarmos a (previdência) presente”, declarou Moro durante palestra na primeira edição do TSX Meetings.
 
O magistrado aproveitou o evento para fazer uma espécie de lobby junto ao empresariado, ressaltando a importância da aprovação do pacote anticrime de autoria dele, que tramita no Congresso Nacional: “Mas essa pauta também é importante. São 60 mil brasileiros que ano a ano perdem suas vidas e poderiam não ter perdido pelas deficiências da Justiça e da Segurança Pública. Cerca de 60 mil brasileiros gritando, ano a ano, vítimas dessa criminalidade que nós precisamos combater com eficácia”.
 
Mais tarde, em coletiva de imprensa, o ministro voltou a defender a reforma previdenciária que tramita no Congresso. “Entendo que a nova Previdência é fundamental para tornar as regras mais iguais, principalmente entre o setor público e privado”, afirmou. 

Ele ainda destacou que, nesse contexto, pode-se identificar diferenças pontuais entre as categorias, principalmente envolvendo as mais vulneráveis. “Mas também é uma discussão que eu acompanho à distância. Destaco a importância disso para termos uma previdência mais justa e também resolver um problema fiscal que é evidente”, defendeu.

Privilégios

Questionado sobre a possível manutenção de privilégios do Judiciário na reforma, Sergio Moro disse que não vê tratamento diferenciado para os magistrados. “Todos eles entrarão na mesma regra (dos demais trabalhadores) e ficarão sujeitos ao recebimento da aposentadoria no teto do INSS, com possibilidade de complementação se contribuírem complementarmente a fundos privados ou públicos”, disse.

O ministro exemplificou citando o seu próprio caso: “Vamos destacar e eu posso falar com bastante autoridade. Não sou mais juiz e não tenho mais aposentadoria (especial). Eu também estou na regra geral”.

Palestra

Para uma plateia formada por cerca de 300 empresários, o ministro da Justiça falou sobre os projetos que estão em andamento na pasta. Entre eles o trabalho de reestruturação e fortalecimento das forças-tarefas de combate à corrupção e lembrou também da criação da Secretaria de Operações Integradas (Seop). O ex-juiz voltou a defender a execução de cumprimento da pena logo após condenação em segunda instância, em alusão indireta a condenação do ex-presidente Lula (PT).

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