Os deputados que compõem a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fura-Filas na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovaram nesta terça-feira (23) a convocação do ex-secretário de Estado de Saúde (SES-MG), Carlos Eduardo Amaral, para prestar depoimento na condição de investigado. Até a semana passada, os parlamentares haviam fechado entendimento de que o ex-secretário deveria ser convidado, mas mudaram de ideia sob pena de prejuízo aos trabalhos da CPI. Também deve ser convocado o ex-secretário adjunto, Luiz Marcelo Cabral Tavares. 

Além da convocação dos ex-secretários, a CPI também aprovou requerimentos para solicitar informações à SES sobre todos servidores, prestadores de serviço, estagiários e servidores cedidos que tenham sido vacinados contendo data de vacinação, matrícula, idade, local de trabalho e se em regime de trabalho presencial ou em home office no último ano. 

A CPI também pediu informações sobre os profissionais que foram demitidos após a denúncia da vacinação de grupos não prioritários antes dos grupos prioritários e sobre o número de doses repassadas pelo Ministério da Saúde ao Estado e os critérios e formas de distribuição entre os municípios mineiros. 

Também aprovaram uma visita dos parlamentares à rede de frios da SES, em Belo Horizonte, para verificar as condições e processo de armazenamento, controle, estoque e distribuição das doses. 

A CPI instaurada pela Assembleia Legislativa investiga a suspeita de 'fura-fila' na campanha de vacinação contra a Covid-19 por parte da Secretaria Estadual de Saúde. O governo de Minas entregou aos deputados uma lista de 1852 servidores públicos do governo de Minas vacinados, incluindo profissionais em home office. 

Controle de frascos 

Na terceira reunião da CPI dos Fura-Filas, os deputados aprovaram também a criação de um boletim semanal de controle da saída de vacinas da central estadual da rede de frios da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). Também neste boletim deve conter a informação do retorno dos frascos vazios para a realização de checagem.

Segundo o autor do requerimento, deputado Repórter Rafael Martins (PSD), a ideia é ter controle dos frascos para evitar situações como o sumiço de 90 doses de um posto de saúde no bairro Salgado Filho, região Oeste de Belo Horizonte. 

"A importância de nós termos o controle desses frascos que são utilizados em todo o Estado de Minas Gerais para que a gente possa, no momento oportuno, auditar essas vacinas. Porque, se somem 90 doses dentro de um posto de saúde na capital, o que será que não acontece nascidades que estão aí nos rincões desse nosso Estado?", ponderou.  

Atualizada às 12h15