O ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) perdeu a eleição para o governo de Minas, mas continua sendo visto como um bom cabo eleitoral. Ele e o atual governador, Romeu Zema (Novo), são dois figurões da política mineira que conseguiriam influenciar mais votos para prefeito da capital mineira se as eleições municipais fossem hoje.

Segundo pesquisa do Instituto DATATEMPO, 30,6% dos eleitores votariam em um candidato se ele fosse apoiado por Kalil. Zema atrairia 29,8% dos eleitores. Os dois são melhores cabos eleitorais do que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), apesar de os percentuais de todos eles estarem dentro da margem de erro da pesquisa, que é de 2,83 pontos percentuais para mais ou para menos. 

No caso do presidente Lula, o índice é de 26,4%, enquanto o mesmo dado referente ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está em 25,8%. Em relação ao apoio negativo, 40,8% dos eleitores afirmam que deixariam de votar em um candidato se ele tivesse o ex-presidente Jair Bolsonaro ao seu lado. Lula também tem alta rejeição, de 35,1%, enquanto as de Kalil (28%) e Zema (26%) são menores. 

Ponderação

No contexto geral, grande parte dos eleitores entende que os apoios não mudariam seus votos. Zema (42,4%), Kalil (40,2%), Lula (37,4%), Bolsonaro (32,1%).

Custo-benefício

Para a cientista social e analista de pesquisa do Instituto DATATEMPO Bruna Assis, os dados coletados em Belo Horizonte indicam que a decisão de procurar o apoio de Lula e Bolsonaro precisa ser tomada com cautela pelos candidatos, porque os caciques da política podem mais atrapalhar do que ajudar na busca por votos. De qualquer forma, ainda falta um ano para a realização das eleições municipais. 

“A validade de dispensar o apoio do atual ou do ex-presidente depende, sobretudo, da situação do candidato na corrida eleitoral. Para os candidatos muito desconhecidos da população ou que tenham discursos ou propostas direcionados para um público específico, Lula e Bolsonaro podem ser potencializadores de campanha. Já para aqueles candidatos mais bem posicionados na disputa, com maiores possibilidades de votos, esse apoio político pode ser prejudicial”, esclarece a analista.

Por enquanto, o ex-presidente Jair Bolsonaro declarou apoio ao deputado estadual Bruno Engler (PL), e o PT do presidente Lula lançou o deputado federal Rogério Correia (PT). Romeu Zema e Alexandre Kalil ainda não definiram candidatos. 

 Metodologia

A pesquisa DATATEMPO realizou 1.200 entrevistas domiciliares, de 26 a 31 de agosto. A margem de erro é de 2,83 pontos percentuais para mais ou para menos. O intervalo de confiança é de 95%.