Deputados estaduais vão apresentar um requerimento para que sejam enviados votos de congratulações aos policiais que atuaram na operação contra uma quadrilha do “novo cangaço” que resultou em 26 mortos em Varginha, no Sul de Minas. Nenhum policial foi morto ou ficou ferido. O pedido, no entanto, deve gerar conflito e debate entre os parlamentares no plenário e nas comissões da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Presidente da Comissão de Direitos Humanos, Andréia de Jesus (PSOL) já se posicionou via redes sociais e disse que o colegiado vai investigar o episódio. “Muito triste o ocorrido hoje na cidade de Varginha. Me solidarizo com moradores e afetados. É muita violência! A comissão de Direitos Humanos vai apurar o ocorrido”, escreveu a deputada.
A publicação dela foi rebatida por colegas de parlamento. “Só a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia irá investigar a morte de 26 bandidos fortemente armados no Sul de Minas. Os demais parlamentares mineiros vão assinar requerimento para homenagear os policiais”, disse o deputado Repórter Rafael Martins (PSD), que postou um trecho do requerimento nas redes sociais.
O deputado Cleitinho Azevedo (Cidadania) gravou um vídeo, que chamou de “recado” para a comissão. “Vocês acham que esses bandidos estavam indo para igreja? Vocês não viram que eles estavam com armamento de guerra, com arsenal? Aí vocês queriam que a PM e a PRF chegassem com flores? Comissão de Direitos Humanos, comece a defender quem é humano direito”, afirmou.
A reportagem entrou em contato com Andreia de Jesus (PSOL) por meio da assessoria de imprensa dela, mas ainda não obteve um comentário sobre as falas de Martins e Azevedo.
A assessoria da deputada, no entanto, confirmou que a ideia é enviar pedidos de informações sobre a operação para a Polícia Militar, a Polícia Rodoviária Federal, a Secretaria de Justiça e Segurança Pública e também ao Ministério Público de Minas Gerais.
Esses requerimentos precisam ser aprovados pela comissão. Normalmente, o colegiado se reúne às 15h30 todas as quarta-feiras para apreciar as propostas que estão na pauta. A agenda oficial da ALMG, porém, não prevê nenhuma reunião para esta quarta (3).