O comando do Partido Social Democrático (PSD) em Minas Gerais pelo prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, durou pouco: apenas três meses. Na manhã de ontem, durante entrevista a jornalistas, ele justificou a saída da presidência da sigla alegando a burocracia de estar à frente da comissão executiva mineira do PSD. “É muito chato. Tem que assinar um monte de papel, tomar conta de contas que eu não sei como eles estão gastando. Nossa Senhora, não vou mexer com isso não!”, disse.

Kalil foi do Partido Humanista da Solidariedade (PHS) para o PSD após a antiga legenda ser incorporada pelo Podemos. Ele decidiu pela filiação em meados de abril, quando recebeu o convite do líder nacional do PSD, Gilberto Kassab, para entrar no partido já como presidente da sigla no Estado. Na época, já indicou que “não tinha saco para partido ou para cuidar de partido”.

Apesar de já vir flertando com o PSD desde o início do ano, a filiação só foi formalizada em 14 junho. O anúncio foi feito pelo próprio Kassab a mais de 800 pessoas durante a convenção da sigla na Assembleia Legislativa de Minas (ALMG). 

Porém, desde então, a atuação de Kalil à frente da legenda foi sutil. Durante os três meses de gestão, de duas reuniões executivas, participou de apenas uma, a primeira, em 5 de agosto, que também teve a presença de Kassab. Uma segunda reunião da executiva, em 12 de agosto, aconteceu sem a participação de Kalil, tendo sido conduzida pelo vice, o deputado Cássio Soares.

Oficializada a saída de Kalil da presidência do PSD no dia 9 de setembro, a composição da nova comissão executiva do partido foi publicada pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) já no dia 10. Quem assume a presidência da legenda é o senador Carlos Viana, que também é relativamente novato no PSD. O parlamentar está oficialmente na sigla desde 5 de fevereiro.

Viana também foi do PHS para o PSD em meio a uma articulação política juntamente com Kalil. Na época, a promessa era justamente o comando da agremiação estadual.

O deputado estadual Cássio Soares continua como vice-presidente do PSD; o deputado federal Diego Andrade, como secretário geral; e Anne Alves e Luciana Fiuza como primeiro e segundo tesoureiro, respectivamente. Kalil fica como vogal, ou seja, membro apenas com direito de voto.