Após o Supremo Tribunal Federal (STF) mudar o entendimento a respeito da prisão após a segunda instância na última quinta-feira (7), manifestantes se reúnem na Praça da Liberdade, na região Centro Sul de Belo Horizonte, na tarde deste sábado (9). A soltura do ex-presidente Lula nessa sexta (8) ajudou na adesão do movimento. 

Com gritos contra o petista e a favor do ministro Sergio Moro e do presidente Jair Bolsonaro (PSL), líderes de movimentos se revezam no microfone. A liberdade do ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB) também foi lembrada pelas manifestantes, que consideram o ato como um “escárnio”.  

Membro do partido Novo na Câmara dos Deputados, Lucas Gonzalez participou do protesto. “Parabenizar quem veio prestigiar essa manifestação contra a vergonhosa decisão da última quinta-feira do STF privilegiando aqueles que já são privilegiados. A prisão logo após a segunda instância garante a estabilidade jurídica e garante que o Brasil não continuará sendo o país da impunidade”, disse. 

O parlamentar afirmou que o Novo, o Cidadania e o Podemos vão obstruir a pauta na Câmara até que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 410, que garante a prisão após julgamento em segundo grau seja votada. De acordo com Gonzalez, Rodrigo Maia, presidente da Câmara, já teria sinalizado favoravelmente à discussão do texto. “Acreditando que de segunda para terça (da próxima semana) essa PEC avança no Congresso”, projetou. 

Outro parlamentar presente foi o deputado estadual Bruno Engler (PSL), disse que o protesto já era esperado após a decisão do STF e não foi motivada pela soltura de Lula. “A decisão é um absurdo, um retrocesso em um Brasil que começa a punir os criminosos. Agora só pode prender após o trânsito em julgado que não chega nunca, então quem é rico e tem muitos advogados pode cometer crime à vontade que não vai preso”, declarou. 

“A prisão do Lula que é um ladrão corrupto e que estava cumprindo pena por um de seus diversos crimes ajudou a potencializar a manifestação e aumentar a indignação porque ele é um símbolo da corrupção. Ele ser solto mostra que o país é a casa da mãe Joana e que o crime compensa”, afirmou.