Governo de Minas

Escolhido pelo governo Zema para o Iepha desiste de assumir o cargo

Joel Campolina alegou que quer se dedicar ao seu escritório de arquitetura e urbanismo neste momento de incertezas

Por Da Redação
Publicado em 28 de abril de 2021 | 10:12
 
 
 
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Escolhido pelo governo Romeu Zema (Novo) para ocupar a Instituto Estadual de Minas Gerais (Iepha-MG), o arquiteto Joel Campolina desistiu de assumir o cargo. Ele substituiria Michele Arroyo, retirada da função em um processo criticado pela falta de informação e por ter sido decidido na cúpula do governo de Romeu Zema (Novo). Campolina afirmou que, neste momento, quer se dedicar a seu escritório de arquitetura, urbanismo e consultoria.

Atualmente, a diretora de Planejamento Edlane Carneiro, servidora efetiva do Estado, responde pelo instituto até a escolha de um novo nome. 

Em nota divulgada em suas redes sociais, Joel Campolina afirmou que foi convidado, há 15 dias, pelo "amigo e colega" Leonidas Oliveira, secretário de Cultura e Turismo do governo de Minas e afirmou que pensou primeiro em aceitar a função.

Segundo apurou a reportagem, entretanto, Campolina, que foi nomeado na quarta-feira (21), um dia depois já cancelou duas reuniões de transição que teria com a ex-presidente do instituto e com o secretário de Cultura. Esse foi o primeiro sinal de desistência demonstrado por ele. As reuniões aconteceriam nessa terça-feira (27( e na próxima sexta-feira (30). Pessoas ligadas ao Iepha afirmaram à reportagem também que o arquiteto teria se assutado com o tamanho do desafio e que parecia preocupado em deixar o escritório dele.

"Em princípio, por gostar de desafios, me vi interessado em avaliar mais atentamente essa oportunidade. Afinal, na minha vida inteira de dedicação como arquiteto, urbanista e professor na universidade, estava acostumado a lidar, e sempre gostei de equacionar problemas e transformar incertezas em materialidades. Foi assim quando aceitei assumir a presidência da gestão fundadora do CAUMG, uma autarquia federal, mesmo sem nunca ter exercido tarefas no CREAMG e desconhecer as particularidades daquela instituição, que até então abrigava nossa categoria. Me orgulho de ter conseguido em três curtos anos, a partir do zero absoluto, transformar em realidade concreta o que efetivamente não existia", afirmou.

"Fui surpreendido com a antecipação da minha nomeação para o cargo. Agradeço de coração as toneladas de apoios e incentivos recebidos das mais diversas fontes. Agora, faço a escolha de não assumir a Presidência do Iepha-MG. Justifico pelo fato de entender que, nesses tempos de incertezas, devo dedicar todo o meu tempo e energia na continuidade da única coisa que, em termos da prática profissional privada, sempre tive como permanente: Meu escritório de arquitetura, urbanismo e consultoria".

Como revelado em O TEMPO na última semana, a troca no comando do Iepha gerou críticas e insatisfações. Michele Arroyo, antiga ocupante do cargo, reclamou de não ter sido comunicada pelo governo e apontou uma decisão de fora da secretaria para a mudança. O secretário de Turismo e Cultura, Leônidas Oliveira, negou que o episódio tivesse ocorrido sem a participação da pasta. Prefeitos de cidades históricas também reclamaram da condução do episódio. Veja mais aqui.

Oliveira disse à reportagem que foi pego de surpresa com a decisão e que segundo conversaram, Campolina repensou a decisão após questões pessoais, rechaçando qualquer realinhamento ou novas exigências. O responsável pela pasta diz que vai analisar com tranquilidade o novo nome para presidir o instituto. ""Estamos recebendo currículos. Recebi dois já, mas ainda (estou) buscando mais formação na área e experiência. Isso é fundamental para o órgão e para as especificidades dele. 62% de patrimônio cultural do Brasil tombado está em Minas. É um trabalho imenso, que corresponde a 42% do nosso turismo. Estou bem tranquilo e a escolha deverá ser nesse sentido. Formação e experiência", afirmou o secretário que disse ser possível conciliar a tecnicidade do cargo com o alinhamento político solicitado pelo alto escalão do governo.

A reportagem procurou Joel Campolina, que não retornou os contatos.

A ex-presidente Michele Arroyo não quis comentar sobre a desistência do escolhido para o lugar ocupado por ela. 

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