Entrevista exclusiva

Fernando Haddad diz que o Brasil está deixando de ser respeitado

Em entrevista à Rádio Super, o ex-prefeito de São Paulo rebateu as críticas de Bolsonaro a Paulo Freire duvidando que ele tenha lido um livro do patrono da educação brasileira

Por Da Redação
Publicado em 17 de dezembro de 2019 | 10:12
 
 
 
normal

Convidado da manhã desta terça-feira (17) do quadro Café com Política, do programa Super N, da Rádio Super, o ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação Fernando Haddad rebateu as críticas que Jair Bolsonaro fez sobre Paulo Freire, a quem chamou de energúmeno. 

CLIQUE AQUI para assistir à entrevista na íntegra.

Durante a entrevista, o petista afirmou que o presidente não se comporta como um digno chefe de Estado e afirmou que esse tipo de postura está fazendo com que o Brasil deixe de ser respeitado no exterior. 

“Eu duvido que o Bolsonaro ou que o ministro da Educação tenham lido uma linha do Paulo Freire. Não é a praia dele (Bolsonaro) a leitura. Ele desconhece a obra do Paulo Freire. Tenho a convicção que não sabe o prestígio do Paulo Freire no mundo como educador, não como militante político, que é outra praia”, afirmou Haddad em defesa do patrono da educação brasileira.

Assista a este trecho da entrevista:

Segundo o petista, Bolsonaro opta por ter uma postura ofensiva para “demarcar território” e desviar o foco de determinadas pautas que seriam importante para o país. 

“Ele desvia a atenção do que o Brasil precisa discutir. O que vai fazer com o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação)? O que vai fazer com o salário mínimo congelado? O que vai fazer para gerar emprego de qualidade? O que vai fazer contra o Trump em represália? Falar mal do Di Caprio, Papa ou quem puder, é desviar a atenção. O Brasil está deixando de ser sério. Enquanto ele está satisfazendo meia dúzia de pessoas aqui, o Brasil não está sendo mais respeitado no exterior. Sua postura não é digna de um chefe de Estado”, completou Haddad.

O petista, entretanto, negou “torcer contra o Brasil”. Haddad afirmou discordar da postura de Bolsonaro, a quem chamou de despreparado e, como exemplo, disse não concordar com as opiniões de Macron e Merkel, mas que os respeita como representantes de uma nação.

 

“Todo brasileiro tem que torcer pelo Brasil, mas ninguém é cego. O que ele fala e faz me faz pensar: será que ele não percebe que o destino o colocou no cargo mais importante do país? Será que vai continuar no circo? É muito despreparado. Chegou à Presidência contra todos os prognósticos, por obra do acaso. Fico pensando se ele vai tratar como coisas sérias. Ele nunca vai fazer um governo como o do Lula, por causa da cabeça dele, que é armar população e só. Nunca fui favorável ao FHC, mas é visível que era uma pessoa do tamanho do cargo. Não sou a favor do Macron, mas ele tem postura de presidente. A Merkel tem de premiê. Ele não tem postura”, disse o petista, concluindo que "era o esperado, infelizmente", durante o quadro bate-pronto.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!