Gabriel Azevedo

Parque Metropolitano da Serra do Curral, já!

Benefícios da gestão ampliada do patrimônio para Minas

Por Gabriel Azevedo
Publicado em 20 de maio de 2022 | 03:00
 
 
 
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Estão dizendo, com razão, que a mineração na serra do Curral se equivaleria ao fato de a cidade do Rio de Janeiro decidir explorar a mesma atividade no Pão de Açúcar. Vamos sonhar… E se Belo Horizonte, para ficar na comparação com os cariocas, tivesse uma área verde maior que o parque da Tijuca, a segunda maior floresta urbana do Brasil, com 4.200 hectares? (A primeira é o parque da Cantareira, em São Paulo, com 7.910 hectares.)

Imaginem, pois, uma área de 5.347 hectares. O parque Fort Lauderdale, o parque Juscelino Kubitschek, o parque Lagoa Seca, o parque das Mangabeiras e o parque do Paredão da Serra do Curral, dentro dos limites de Belo Horizonte, se uniriam criando um corredor verde até o parque Aggeo Pio Sobrinho, no bairro Buritis. O espaço ainda aproveitaria o terreno que muitos desejam que seja utilizado para criar um parque linear, no bairro Belvedere. Isso se somaria a três unidades de conservação estaduais (APA Sul, Fechos/Rola-Moça e Parque Estadual da Baleia) e a espaços de Nova Lima (as matas naturais Morro do Elefante, Morro do Pires e Serra do Souza).

E, para não ficar citando tudo, basta dizer que porções dessas duas cidades, Belo Horizonte e Nova Lima, se somariam a porções em Sabará, unindo três municípios que organizariam uma gestão conjunta do espaço. Este seria o Parque Metropolitano da Serra do Curral (seja um parque ou um sistema de áreas protegidas com corredores ecológicos).

Um artigo é insuficiente para enumerar a quantidade de vantagens de uma ideia como essa. Todavia, quem leu até aqui já pode vislumbrar as possibilidades para a fauna e flora, além do que isso representaria para a qualidade de vida dos 6 milhões de habitantes da região metropolitana. É cultura. É esporte. É lazer. É turismo. E tudo pode se somar ao tombamento estadual de uma área de 5.357,98 hectares proposta pela Iepha.

Não vou ficar focando dados. Eu os tenho solicitado em grandes quantidades à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Aliás, ao ouvir minha ideia há algum tempo, os olhos da secretária Marília Carvalho de Melo brilharam… Quero focar o que isso representa.

Considero a gestão metropolitana uma ferramenta essencial para solucionar problemas de grandes cidades. A nossa Federação brasileira utiliza pouco a figura da região metropolitana. Na capital mineira, o acesso rápido ao aeroporto internacional, o Anel Rodoviário, a lagoa da Pampulha, o metrô, entre outros temas, só terão avanços com a união dos nossos municípios.

Ninguém é inocente para descartar a importância da mineração para a economia brasileira e mineira, mas ninguém em sã consciência pode imaginar que é furando sem parar o nosso entorno que vamos nos desenvolver. Todo mundo deveria abraçar essa ideia. Os vereadores das três cidades e seus prefeitos. Os deputados estaduais. O governador. A Fiemg, ciente de que a economia verde é a grande tendência de recuperação pós-pandemia no mundo. As próprias mineradoras, que deveriam ser as primeiras a defender um legado para Minas Gerais, cientes do seu impacto. Quem há de ser contra?

Quem vai me ajudar a carregar essa bandeira no nível estadual é o deputado estadual Doorgal Andrada, meu representante, além de integrante comigo da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade, a Raps, que já protocolou um pedido de audiência pública sobre o tema na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que ocorrerá em junho, além de iniciar o estudo do melhor instrumento com o governo estadual para criar o parque.

Na semana que vem, teremos reuniões com atores fundamentais para que essa ideia avance, e ele atualizará vocês por meio deste mesmo espaço que dividimos toda sexta-feira aqui, no jornal O TEMPO. Raul Seixas cantava: “Sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade.” Sonhemos juntos.

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