BRASÍLIA - A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, bateu boca com a deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) durante audiência na Comissão de Agricultura da Câmara, nesta quarta-feira (16), quando respondia a perguntas dos parlamentares sobre as queimadas que atingiram o país nos últimos meses.

Em sua fala, Zanatta criticava o repasse de verbas para ONGs que atuam pela preservação da Amazônia e acusou o governo Luiz Inácio Lula da Silva de atender a interesses estrangeiros.

“Por que agora a prioridade do ministério parece ser agradar a ONGs e organizações estrangeiras, e não resolver o problema das queimadas? O Brasil virou o capacho verde dos bilionários do exterior?”, questionou a bolsonarista.

Na resposta, Marina Silva acusou a oposição de oportunismo e de só trazer preocupações com o meio ambiente quando convém. E chamou Zanatta de “capacho” e “ambientalista de conveniência”.

“Capacho é quem faz discurso de encomenda. Mesmo conhecendo a biografia de uma pessoa, faz discurso de encomenda para fazer lacração. Eu sou uma pessoa que pensa por mim mesmo. Capacho é vir aqui com falinha mansa fazer acusação inverídica. Isso é ser capacho”, disse.

“Quem tem voz mansa é a senhora”, interrompeu a deputada, no que Marina continuou: “Eu falo com veemência, deputada. A senhora não vai me intimidar. E quem não defende [a questão ambiental] aparece agora por conveniência. Ambientalistas de conveniência que nunca fizeram nada pelo meio ambiente e agora vêm com esse papinho de preocupação com incêndio”.

Em seguida, ministra e parlamentares de oposição e situação começaram  bater boca. “Ambientalista de oportunismo é a senhora”, respondeu Zanatta.  “Senti que doeu. Não, vossa excelência tem uma trajetória de ambientalista invejável”, ironizou Marina. “A senhora não conhece a minha trajetória”, retrucou a parlamentar.

O presidente da comissão, o deputado Evair Vieira de Melo (PL-ES), também entrou na discussão e bateu boca com um assessor da ministra. Marina direcionou a palavra ao deputado: “Vossa excelência permite que os deputados me dirijam palavras ofensivas e violentas. [...] “Vossa excelência está com dificuldade de presidir”. Evair rebateu: “Se tem um curso que eu fiz foi para suportar a ignorância. Esse tipo de ofensa não me atinge”. Por fim, Marina ironizou: “inclusive a sua própria [ignorância]”.