BRASÍLIA - O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) recebeu nesta terça-feira (10) o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, no Palácio do Itamaraty. Ele substituiu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que teve de fazer uma cirurgia às pressas em São Paulo, na noite de segunda-feira (9), devido a um sangramento interno na cabeça.

Após a assinatura de acordos de cooperação, o premiê eslovaco, que também pertence a um partido de esquerda, desejou melhoras a Lula e teceu elogios ao líder brasileiro.

“Meu desejo é de uma rápida recuperação. O mundo precisa de personalidades como o presidente dos senhores. Eu o encontrei pela primeira vez em 2003, em uma conferência de partidos socialistas, e fiquei convencido de que é um líder de estatura mundial. E ficarei feliz de dar as boas vindas a vocês numa visita à Eslováquia”, afirmou Fico.

Já o vice-presidente Geraldo Alckmin não fez menção à situação de Lula em seu pronunciamento. Outros auxiliares do presidente, como os ministros Paulo Pimenta (Secom) e Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) já comentaram sobre o estado de saúde do petista, que é estável.

Acordo Mercosul-UE

Em seus discursos, tanto Alckmin como Fico exaltaram o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, anunciado na última sexta-feira (6) após a reunião entre os líderes dos blocos.

O vice brasileiro, além disso, destacou as metas de desmatamento zero do Brasil até 2030 e de reduzir em até 67% as emissões de gás carbônico até 2025. Ele ainda cobrou que países europeus estabeleçam metas mais ambiciosas de neutralidade climática e ampliem o financiamento a países em desenvolvimento.

A fala acontece no contexto em que agricultores de países como França e Bélgica protestam contra o acordo e a União Europeia tenta proibir a importação de produtos agrícolas brasileiros originários de áreas desmatadas.

Gafe

No início de seu discurso, Alckmin cometeu uma pequena gafe ao chamar a Eslováquia de Iugoslávia, país que se desintegrou a partir de 1992 e do qual faziam parte Sérvia, Montenegro, Croácia, Eslovênia, Bósnia, Macedônia do Norte e Kosovo. A Eslováquia, por outro lado, era parte da Tchecoslováquia.

“É a primeira vez que um primeiro-ministro da Iugoslávia visita o Brasil, e nós estamos felizes e honrados”, disse o vice-presidente.