GOVERNO

Em SP para anunciar obras contra alagamentos, Lula enfrenta protesto de professores

Cerca de 40 professores protestaram um dia após o governo interromper as negociações por reajuste salarial

Por Gabriela Oliva
Publicado em 24 de maio de 2024 | 15:12 - Atualizado em 24 de maio de 2024 | 19:09
 
 
 

BRASÍLIA - Na manhã desta sexta-feira (24), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), esteve em Araraquara (SP) para anunciar o início de obras de prevenção a desastres naturais. Durante o evento, o petista também enfrentou um protesto de professores de universidades federais. 

O anúncio das intervenções na cidade paulista ocorre em meio aos efeitos das enchentes e fortes chuvas no Rio Grande do Sul, que já causaram 163 mortes e afetaram 469 municípios do Estado. Nesta semana, Lula afirmou que a tragédia "mudou o paradigma" de como os desastres climáticos são tratados no país.

Em Araraquara, áreas danificadas pelas chuvas entre o final de 2022 e início de 2023 passarão por obras de macrodrenagem e reurbanização, financiadas pelo governo federal. 

A prevenção a desastres é um dos pilares do novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), que inclui obras de contenção de encostas e construção de moradias fora de áreas de risco. O investimento previsto é de R$ 1,7 bilhão. 

No palco, Lula estava acompanhado pelo prefeito Edinho Silva (PT-SP), a quem chamou de "melhor" prefeito do país. O político é o preferido do presidente para assumir o comando do PT, substituindo a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR).

A solenidade marcou o retorno de Lula à cidade após o desastre que deixou seis mortos e centenas de desabrigados. À época, o petista estava no município para verificar os danos das enchentes quando ocorreu a invasão às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, em Brasília.

Nesta sexta-feira, Lula estava na cidade acompanhado dos ministros Jader Filho (Cidades), Renan Filho (Transportes), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), Nísia Trindade (Saúde), Márcio França (Empreendedorismo, Microempresa e Empresa de Pequeno Porte), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar).

Ato de professores 

Durante o evento, Lula também enfrentou um protesto de professores. O ato, com cerca de 40 professores, ocorreu um dia após o governo federal interromper as negociações por reajuste salarial dos docentes federais, que estão em greve há mais de um mês. 

O presidente não respondeu diretamente aos manifestantes, mas em seu discurso mencionou que se candidatou nas eleições de 2022 porque o país "estava sendo destroçado pelo negacionismo".

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos exigiu que um acordo fosse assinado até segunda-feira (27). Recentemente, o presidente ironizou a atuação da ministra da pasta, Esther Dweck. 

Ele afirmou que não entendia como a ministra não havia sido vaiada por não ter conseguido "resolver o problema do acordo dos professores". Essa declaração foi feita durante um evento na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), em São Leopoldo, Rio Grande do Sul.

Agenda em Guariba

Já na tarde desta sexta-feira (24), o presidente Lula marcou presença na inauguração da maior planta de Etanol de Segunda Geração da Raízen, localizada em Guariba (SP), que demandou um investimento de R$ 1,2 bilhão. 

Com capacidade para produzir aproximadamente 82 milhões de litros de etanol por ano, a unidade está alinhada à busca global por economias de baixo carbono.

Durante o evento, Lula anunciou sua intenção de se tornar o porta-voz do etanol produzido pela Raízen, planejando abordar sobre o combustível com líderes de outros países, como Alemanha, França e Estados Unidos.

Rubens Ometto, presidente do conselho de administração da Raízen, esteve presente na cerimônia. Ele também é o controlador da Cosan, empresa que atua em diversos setores, incluindo energia, álcool, açúcar e fertilizantes, e foi o maior doador das eleições de 2022.

Em seu discurso, Lula destacou a importância da produção de etanol de segunda geração como uma oportunidade para o Brasil se posicionar como uma potência na transição energética global.

“Saio daqui hoje com o prazer de um presidente da República que acredita que este país tem de dar certo. A cana-de-açúcar, que já foi tão maltratada no Brasil (…) De repente, descobrimos que, com a palha que a gente queimava, estávamos jogando energia fora por falta de conhecimento”, afirmou.

Além disso, Lula ressaltou a urgência de investir em biocombustíveis como parte para enfrentar as mudanças climáticas: “Vamos valorizar as coisas que temos. O mundo está passando por uma transição energética. A questão climática é grave”.

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