VÍTIMA DA GUERRA

Lula lamenta morte de brasileiro refém do Hamas e prega cessar-fogo em Gaza

Em dezembro, Lula recebeu no Palácio do Planalto familiares de Michel Nisembaum, que teve o corpo resgatado pelo Exército de Israel

Por Renato Alves
Publicado em 24 de maio de 2024 | 10:31 - Atualizado em 24 de maio de 2024 | 16:56
 
 
 

BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou, nesta sexta-feira (24), a morte do brasileiro Michel Nisenbaum, de 59 anos, feito refém no ataque terrorista do Hamas no Sul de Israel em 7 de outubro. Em uma rede social, o petista disse que o governo segue engajado nos esforços para que todos os cidadãos sequestrados pelo grupo palestino sejam libertados.

“Soube, com imensa tristeza, da morte de Michel Nisembaum, brasileiro mantido refém pelo Hamas. Conheci sua irmã e filha, e sei do amor imenso que sua família tinha por ele. Minha solidariedade aos familiares e amigos de Michel”, escreveu Lula no X (antigo Twitter). 

“O Brasil continuará lutando e seguiremos engajados nos esforços para que todos os reféns sejam libertados, para que tenhamos um cessar-fogo e a paz para os povos de Israel e da Palestina”, completou.

Em dezembro, Lula recebeu no Palácio do Planalto familiares de Michel Nisembaum. À época, eles tinham esperança que o brasileiro ainda estivesse vivo. 

Exército de Israel encontrou copos de três reféns

O exército israelense informou nesta sexta-feira (24) que recuperou os corpos de três reféns mortos no ataque terrorista do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro, que deu início ao conflito no Oriente Médio. Entre eles está Michel Nisenbaum. As famílias já foram notificadas.

Os corpos foram encontrados em Jabalia, no norte de Gaza. Além de Michel, as vítimas são o franco-mexicano Orión Hernández Radoux, 32 anos, e o israelense Hanan Yablonka, 42. Os três foram identificados por autoridades médicas do Instituto Forense Nacional de Israel e pela polícia israelense, disseram os militares. Todos morreram no dia da invasão do Hamas e seus corpos foram levados para a Faixa de Gaza.

Nascido em Niterói, no Rio de Janeiro, Michel Nisenbaum morava em Sderot, a cerca de 1 km da Faixa de Gaza. O brasileiro de cidadania israelense vivia no país desde os 12 anos e trabalhava com tecnologia da informação. Foi sequestrado quando estava a caminho de uma base militar israelense para buscar uma das netas, de 4 anos, que estava na casa do pai, um militar. 

A base militar fica na fronteira com Gaza. Michel teria sido capturado quando, ao sair de Sderot, se dirigia ao kibutz Re’im, onde a neta estava na casa do pai, que precisava sair para ir ao trabalho. Camuflada pelo pai com um casaco e distraída com um brinquedo durante os ataques no local, a menina sobreviveu à investida dos terroristas do Hamas.

Dias depois, o carro de Michel foi encontrado pelas autoridades israelenses carbonizado numa estrada da região de fronteira com a Faixa de Gaza. Ele deixou duas filhas e cinco netos.

Em 7 de outubro, os terroristas do Hamas mataram cerca de 1.200 pessoas e raptaram 252 pessoas. Cerca de metade dos reféns foi liberada desde então, a maioria em trocas por prisioneiros palestinos mantidos por Israel durante um cessar-fogo de uma semana em novembro. Mas há ainda 121 reféns em Gaza. 

Desde o ataque do Hamas, militares israelenses mataram ao menos 35.800 palestinos na contraofensiva.

 

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