Lula critica falta de representação da América Latina e África na ONU

BRASÍLIA. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), criticou, nesta quinta-feira (23), a falta de representatividade da América Latina e da África em entidades, como o Conselho de Segurança da ONU. O petista deu as declarações durante evento com o presidente do Benin, Patrice Talon, no Palácio do Planalto, em Brasília. 

"Não faz sentido que a América Latina e a África não tenham representação permanente em órgãos importantes como o Conselho de Segurança. Não podemos permitir que esse tipo de anomalia também se torne a regra no tratamento da Inteligência Artificial".

Segundo Lula, "é necessário um modelo de governança capaz de conter os riscos dessa tecnologia e facilitar o acesso do Sul Global a esses benefícios", afirmou.

Além disso, Lula ressaltou a importância de não esquecer outras tragédias ao redor do mundo, mencionando especificamente o Haiti e o Sudão. 

No Haiti, o país ainda se recupera do terremoto de magnitude 7.0 que ocorreu em 2010, resultando em diversas mortes e danos à infraestrutura. Enquanto isso, o Sudão enfrenta uma crise humanitária, incluindo conflitos armados, deslocamento em massa e escassez de recursos básicos, afetando milhões de pessoas em todo o país.

Lula recebeu Talon no Planalto, onde ambos os líderes discutiram o fortalecimento das relações bilaterais, bem como as conexões do Brasil com o continente africano, participando também de uma cerimônia de assinatura de acordos.

O presidente ofereceu um almoço em homenagem a Talon no Palácio Itamaraty. O encontro ocorre alguns meses após a reabertura da embaixada do país em Brasília. Em 2006, Lula foi o primeiro presidente brasileiro a visitar o Benim.

Tragédia climática no Rio Grande do Sul

Em relação à tragédia no Rio Grande do Sul, o presidente Lula expressou solidariedade aos brasileiros e agradeceu as mensagens de apoio vindas da África. Ele reiterou o convite para os países africanos se unirem ao Fundo Florestas Tropicais Para Sempre.

Até o momento, a tragédia no Rio Grande do Sul já resultou em 163 mortes, com 72 pessoas ainda desaparecidas. Mais de 468 municípios foram afetados.