BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demonstrou seu apoio ao Judiciário e, em particular, ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), neste sábado. Em um dia marcado por convocações de atos em todo o país contra o STF e exigindo o impeachment de Moraes, o ministro e o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, ocuparam a primeira fila ao lado de Lula durante o desfile de 7 de Setembro em Brasília.
Alexandre de Moraes foi aplaudido pelo público ao chegar ao desfile e acenou para os presentes. Outro alvo dos protestos programados para este sábado, o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também marcou presença no evento na capital federal. Durante o desfile, Pacheco também esteve ao lado de Lula na primeira fileira da tribuna de honra do evento.
O senador mineiro tem sido pressionado pela oposição ao governo Lula para iniciar um processo de impeachment contra Moraes, o que seria algo inédito do país. Nas últimas semanas, ele indicou que não pretende avançar com o pedido. Para aumentar a pressão, parlamentares e organizadores do ato de hoje planejam coletar assinaturas para reforçar o pedido. Eles pretendem entregar o documento a Pacheco já na segunda-feira (9).
As manifestações foram convocadas no mês passado, após a publicação de mensagens de assessores de Moraes que mostraram que o ministro usou aparato do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), fora do rito tradicional de pedido de serviços, para embasar decisões contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os organizadores acreditam que vão ganhar mais adesão com a medida de Moraes que levou à suspensão da rede social X no Brasil.
O principal ato da oposição deve ocorrer em São Paulo. Além de Bolsonaro e do governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos) o ato na Avenida Paulista deverá contar com a presença de senadores, deputados federais e candidatos à Prefeitura de São Paulo – Ricardo Nunes (MDB) e Marina Helena (Novo) confirmaram presença; Nunes tem o apoio formal de Tarcísio, do PL e de Bolsonaro na disputa pelo comando da capital paulista.
Já Pablo Marçal (PRTB) deixou em aberto o comparecimento na Paulista. Na semana passada, em um vídeo publicado nas redes sociais, Bolsonaro disse que “qualquer candidato a prefeito da capital” está autorizado a participar do ato, se assim desejar. “Obviamente, não fará uso da palavra, porque não teremos ali um ato político-eleitoral”, afirmou o ex-presidente.