BRASÍLIA - O governo federal destinou R$ 4,3 milhões para custear a infraestrutura do desfile cívico-militar de 7 de Setembro deste ano, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Esse valor supera o gasto do ano passado, que foi de R$ 3,1 milhões, devido ao aumento da estrutura montada para o evento.

A quantia inclui a montagem de tribunas para autoridades, tablados acessíveis para pessoas com deficiência e arquibancadas na Esplanada dos Ministérios, com capacidade para 30 mil pessoas. Devido à baixa umidade do ar em Brasília, que está abaixo de 20%, foram instalados pelo menos quatro resfriadores evaporativos na tribuna. 

O edital de licitação também prevê a instalação de 23 banheiros químicos "premium" próximos à tribuna das autoridades, além de 730 banheiros químicos comuns. Estão incluídos no certame ainda: 10 mil bandanas de cetim nas cores verde, azul, amarelo e branco, 15 mil bandeiras do Brasil e 10 mil bonés.

A quantia, que será paga pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, não inclui os custos com o deslocamento de tropas e estudantes que participarão do desfile. O governo federal espera reunir cerca de 40 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios, incluindo o público, autoridades e participantes do evento.

À Folha de S.Paulo, a Secom informou que o valor destinado à edição do 7 de Setembro deste ano é R$ 1 milhão a mais que o aplicado em 2023, em virtude de dois motivos: a correção do montante pela inflação registrada no período dos últimos 12 meses, e a ampliação do espaço destinado ao desfile. 

Desfile em Brasília terá três eixos

Com o tema “Democracia e Independência! É o Brasil no Rumo Certo”, o desfile de 7 de Setembro na Esplanada do Ministérios em 2024 incrementará a fórmula de 2023, quando, no primeiro ano de seu terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu dar um tom inclusivo e diverso ao evento, marcado para começar às 9h. 

Assim como em 2023, o desfile de 2024 terá duas horas de duração e público esperado de 30 mil pessoas. Para que mais gente possa acompanhar das arquibancadas, a estrutura será montada em um espaço maior, que irá até o Teatro Nacional, um trecho 900 metros mais longo que a estrutura erguida no ano passado, que ocupava apenas a extensão da Esplanada.

Mais uma vez, não haverá presença de escolas cívico-militar, por não ser uma política incentivada pelo governo Lula. Em 2024, o desfile contará com 500 estudantes de escolas públicas do Distrito Federal. Eles desfilarão com as bandeiras de cada uma das 27 Unidades da Federação e farão alusão aos eixos temáticos que marcam a celebração deste ano. 

Neste ano, o evento cívico-militar terá significados que vão além das celebrações habituais em torno do Dia da Independência. A festa está organizada em três eixos: 

  • G20: Um mostrará a importância estratégica da realização do encontro, em novembro, no Rio de Janeiro; serão apresentadas as 21 bandeiras dos países da cúpula. Os estudantes vão desfilar uniformizados com placas e bandeiras alusivas ao G20, com mensagens de combate à fome, à pobreza, à desigualdade e foco na sustentabilidade.
  • Rio Grande do Sul: O desfile também homenageará o esforço em torno do apoio e da reconstrução do Estado gaúcho, após o desastre climático de maio. Estudantes desfilarão com roupas típicas gaúchas, em homenagem ao Rio Grande do Sul, e com uniformes alusivos aos voluntários que ajudaram na reconstrução do Estado.
  • Saúde: O terceiro vai mostrar a retomada da ampla proteção de crianças e da população por meio das campanhas de vacinação e a ampliação dos serviços de atendimento em saúde, com a retomada do Mais Médicos.

Entre as instituições que serão homenageadas por atuarem na reconstrução do Rio Grande do Sul estão militares, bombeiros, Correios, Conab, Força Nacional do SUS e Movimento de Atingidos por Barragens. Foram convidados os chefes dos três Poderes e todos os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).