BRASÍLIA - O prefeito Eduardo Paes anunciou logo no primeiro dia do seu quarto mandato na Prefeitura do Rio de Janeiro a implementação do uso da semaglutida na rede pública de saúde . A substância é o princípio ativo do Ozempic e deverá ser disponibilizado nas Clínicas da Família da cidade.
 
O medicamento usado no tratamento da diabetes tipo 2 e que virou febre em programas de emagrecimento reduz os níveis de açúcar no sangue e aumenta a sensação de saciedade. Durante a campanha à reeleição, em outubro do ano passado, Paes chegou a comentar o uso do Ozempic e que iria oferecê-lo à população se fosse reeleito. 

O decreto publicado no Diário Oficial do município de 1º de janeiro anunciou a criação de um grupo de trabalho que vai analisar como a medida pode ser viabilizada. O relatório desse estudo deve ser entregue a Paes em até 90 dias. 

Qual a diferença entre semaglutida e o Ozempic

Semaglutida é o princípio ativo usado na produção do medicamento chamado Ozempic, originalmente produzido para tratar a diabetes tipo 2. Essa substância química que dá efeito terapêutico ao medicamento, também conhecido como fármaco, simula a ação do GLP-1 -  hormônio produzido no intestino - e regula a glicemia, que é o nível de açúcar no sangue, e o apetite. O medicamento tem mostrado resultados positivos na redução de peso de pacientes com obesidade, mesmo em pessoas que não apresentam diabetes tipo 2.

Quem deve ter acesso ao Ozempic carioca

De acordo com a Prefeitura do Rio, o Ozempic será oferecido aos pacientes que se enquadram em critérios específicos de saúde, com foco no tratamento de pessoas que sofrem de obesidade severa e diabetes tipo 2. A distribuição será feita de forma criteriosa, com base em avaliações médicas detalhadas, para garantir que apenas aqueles que realmente necessitam do medicamento o recebam. A Secretaria de Saúde adianta que a oferta do remédio não vai visar tratamentos com fins estéticos.

O que diz o decreto de Paes

No decreto publicado no Diário Oficial do município, Eduardo Paes enfatizou a “importância de garantir o acesso equânime” ao tratamento contra a obesidade “para todos os cidadãos do Rio”, especialmente aqueles em vulnerabilidade social. O prefeito ressaltou ainda que  só terão acesso ao medicamento pacientes com recomendação médica para o uso.

Quando deve começar a distribuição do Ozempic carioca

A patente da marca Ozempic tem previsão de expirar em 2026. A partir daí, o princípio ativo da semaglutida poderá ser usado por outros laboratórios na produção e comercialização de medicamentos genéricos ou similares. Segundo o secretário municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz, a prefeitura está em negociação com o Novo Nordisk, produtor atual do Ozempic, e outros três laboratórios nacionais que já se preparam para a produção do remédio.

Quanto custa o Ozempic na rede privada

O Ozempic é um medicamento de alto custo no mercado privado, com preços que podem variar de R$ 1 mil a R$ 2,5 por mês, dependendo da dosagem e da farmácia. Isso torna o medicamento inacessível para muitas pessoas, o que torna a medida do governo de Eduardo Paes ainda mais relevante, pois o acesso gratuito na rede pública permitirá que uma parcela da população que antes não teria condições de comprar o medicamento possa iniciar o tratamento.

Como o Ozempic é usado

O medicamento é administrado por meio de uma “caneta” com uma agulha pequena e bem fina de aplicação e não deve ser injetado na veia ou no músculo. Os locais recomendados para aplicar a injeção são a parte anterior das coxas, o abdômen e a parte superior do braço. 

Pode ser usado por conta própria?

Não pode nem deve. Se o paciente decidir tomar por conta própria, ele pode ter um reganho de peso quando interromper o uso das canetas.

Os efeitos colaterais do uso do Ozempic

Há efeitos colaterais, sobretudo no sistema gastrointestinal, sendo náuseas e vômitos os mais comuns. Ainda que menos comuns, há também registros de dor de cabeça, sensação de fraqueza e cansaço, dor de cabeça, constipação, diarreia, entre outros. Segundo a bula do Ozempic, há ainda um efeito colateral grave, ainda que incomum: a pancreatite, que pode afetar até 1% dos usuários.

Uso deve ser recomendado e acompanhado por um médico

É importante destacar que, como qualquer medicamento, o Ozempic deve ser utilizado com acompanhamento médico. O uso do medicamento só deve ser realizado com a recomendação de um profissional de saúde habilitado, que avaliará as condições de saúde de cada paciente e definirá a dosagem e o tempo de tratamento adequado. O uso indiscriminado de qualquer medicamento pode trazer riscos à saúde, por isso é imprescindível o acompanhamento médico contínuo.