BRASÍLIA — Jair Bolsonaro (PL) admitiu, nesta segunda-feira (24), que o ataque da deputada Carla Zambelli (PL-SP) a um homem em São Paulo na véspera da eleição presidencial o prejudicou e facilitou o êxito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ex-presidente criticou a exploração da gravação que mostra Zambelli perseguindo o homem com uma arma em punho no bairro Jardins um dia antes do segundo turno da disputa.

“Não há dúvida que a TV Globo pegou essa imagem… Lógico que (o fato) prejudica. Eu sempre defendi que arma de fogo é para cidadão de bem, e essa política deu certo…”, disse ao podcast Inteligência LTDA. “Mas, aquela imagem da forma como foi usada… Mesmo quem não votou no Lula, anulou o voto. Ela tirou o mandato da gente”, completou.

O Supremo Tribunal Federal (STF) julga Carla Zambelli pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo. À tarde, o ministro Kássio Nunes Marques pediu vista e suspendeu a análise dos autos. A deputada virou ré na Corte em agosto de 2023 pelo episódio de perseguição. 

O julgamento foi paralisado com o placar de 5 a 0 para condenar a parlamentar a cinco anos e três meses de prisão em regime semiaberto. Os ministros que votaram repetiram o entendimento do relator, ministro Gilmar Mendes, para quem a reação armada de Carla Zambelli diante das ofensas sofridas não está amparada no Estado Democrático de Direito.

STF julga, nesta terça-feira, denúncia contra Bolsonaro

O Supremo Tribunal Federal começa a julgar, nesta terça-feira (25), a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Jair Bolsonaro e outros cinco aliados, acusados de participar de uma articulação para dar um golpe de Estado no Brasil. A Corte analisará até quarta-feira (26) se eles se tornarão réus. 

Bolsonaro negou preocupação com o julgamento durante participação no podcast Inteligência LTDA nesta segunda-feira.