BRASÍLIA - O ministro do Empreendedorismo, Márcio França, declarou sua intenção em disputar o governo de São Paulo nas eleições de 2026. Em abril, ele se lançou pré-candidato eleitoral.
Filiado ao PSB há mais de 40 anos e integrante do primeiro escalão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ele declarou que “não sente disposição” em nenhum nome do PT para fazer frente a uma tentativa de reeleição do atual governador, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
A declaração foi feita em entrevista ao jornal O Globo publicada neste domingo (11). França contou que conversou sobre sua vontade política com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, outro nome do PT que disputou o governo paulista em 2022. Segundo França, a disputa estadual não está nos planos de Haddad.
“A primeira pessoa com quem falei sobre minha disposição de concorrer foi o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. E ele me disse que não seria candidato em nível estadual no ano que vem. Não sinto ninguém no PT com essa disposição. Também creio que o ideal seria uma candidatura mais ampla”, declarou.
França frisou que “a maioria esmagadora da bancada federal do PT é favorável a uma candidatura única do governo” e “simpática” ao nome dele. “Na prefeitura da capital ano passado, o PT foi à esquerda, com o [deputado federal Guilherme] Boulos (PSOL), e perdeu a eleição. A hora é de ir na direção contrária”.
Uma disputa direta contra Tarcísio passa, ainda, pela decisão do atual governador se tentará a reeleição ou se sairá candidato à Presidência da República. No segundo caso, terá que renunciar ao cargo estadual em abril, seis meses antes das eleições.
“Todo mundo fala que ele não vai arriscar, mas isso é para quem não conhece política. Eleitoralmente, não se é dono das suas decisões. Você é empurrado. Tarcísio é hoje o nome mais forte da direita para o Planalto. Ele pode esperar? Pode, mas talvez não tenha outra chance com condições como agora”, destacou.
Márcio França completou ao O Globo: “O que posso dizer é que tenho vontade de ser governador de São Paulo. Não tive a oportunidade completa, né? Quando fui candidato à reeleição em 2018, foi o ano do surgimento do [ex-presidente Jair] Bolsonaro (PL), da facada. E concorri contra o [ex-governador] João Doria [então no PSDB], que grudou nessa história”.