BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve formalizar até esta terça-feira (6) a demissão da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, e a posse de Márcia Lopes no cargo. A troca já é dada como certa no Palácio do Planalto.
A expectativa é que ainda nesta segunda-feira (5), Lula receba a futura ministra para oficializar os termos. Na última sexta-feira (2), ele se reuniu com Cida para tratar de sua saída do governo.
A demissão da ministra é aguardada desde o início do ano. Além da pouca visibilidade que a pasta recebe desde o início da gestão, Cida vem acumulando polêmicas nos últimos meses. Ela e sua secretária-executiva Maria Helena Guarezi, respondiam a um processo na Comissão de Ética da Presidência da República por suposto assédio moral. O caso foi arquivado.
A ministra era acusada de ter sugerido ajuda financeira a uma servidora caso ela fosse candidata nas eleições do ano que vem, em troca de silêncio sobre uma denúncia de racismo. Em fevereiro, quando depôs à Comissão, Cida disse que interrompia sua agenda para atender à primeira-dama Janja da Silva.
Cida também chegou a afirmar ao colegiado que “enrolava” os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência) quando recebia chamados de seus pares.
A ministra deverá ser substituída por Márcia Lopes, também filiada ao PT e ex-ministra do Desenvolvimento Social no segundo mandato de Lula. Ela é irmã de Gilberto Carvalho, ex-chefe de gabinete do presidente, foi secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Social e comandou a pasta por nove meses em 2010. É formada em Assistência Social.
Esta vai ser a quinta troca ministerial feita por Lula neste ano e a 12ª desde o início do mandato. Ele já fez mudanças nas pastas da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Saúde, Secretaria de Relações Institucionais (SRI) e Previdência Social.
Para o primeiro semestre, era esperada uma reforma ministerial que remanejasse cargos de partidos ao centro, com os quais Lula pretende contar em sua coalização no Congresso e para as eleições de 2026. Porém, o presidente promoveu apenas mudanças de sua “cota pessoal” ou motivada por escândalo, como na demissão de Carlos Lupi após a revelação de fraudes no INSS.