BRASÍLIA - O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou nesta segunda-feira (23) que a escalada do conflito entre Israel e Irã, com a entrada dos Estados Unidos na guerra, vai provocar um aumento nos preços do petróleo.
Em entrevista à rádio CBN, o braço direito do ministro Fernando Haddad defendeu que a Petrobras tome ações para mitigar os impactos da guerra sobre o valor cobrado pelo petróleo, o que pode afetar, por exemplo, os preços dos combustíveis no país.
"O preço do petróleo tende a subir, apesar de a gente já ter visto nos últimos dias e semanas alguma compra de petróleo que pode amortecer a subida nesta semana, mas nós vamos acompanhar de perto. Acho que algumas mitigações, como a política de preço da Petrobras, são bem-vindas neste momento", disse.
Durigan não detalhou quais medidas a Petrobras poderia adotar para conter os efeitos da guerra no Oriente Médio. A presidente da estatal, Magda Chambriard, vem afirmando que ainda é cedo para avaliar quais serão os reais impactos do conflito armado sobre o mercado petrolífero.
Durigan também minimizou a possibilidade de o cenário ter uma maior influência sobre a inflação no país. Para ele, o índice tem mostrado “resiliência” mesmo diante de outras situações adversas, como a seca do ano passado.
“Teve um aumento preocupante, que a gente está acompanhando de perto. Tanto que eu estou dizendo que agora está caindo do agregado de 12 meses com toda essa instabilidade global impactando preço de alimentos, o custo logístico das cadeias. Acho que mesmo com tudo isto, a gente tem mostrado bastante resiliência no Brasil e a tendência aqui é que a gente não tenha um aumento de inflação fora do controle”, opinou.
Já em relação ao dólar, o secretário projeta que pode haver um aumento na cotação da moeda americana com um cenário de incerteza entre os mercados internacionais.
"Moedas de países em desenvolvimento, como a nossa, e mesmo artigos variáveis, como ativos de bolsa, podem acabar sendo rejeitados e vendidos neste momento em benefício como moedas fortes como o dólar".