BRASÍLIA - Prometido para maio, o programa de crédito para reforma habitacional, anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ainda não saiu do papel.
O petista afirmou, durante a Marcha dos Prefeitos em Brasília, na última terça-feira (20), que "estava próximo" de pôr em operação o novo programa. Agora, em passagem pelo Mato Grosso, ele indicou uma previsão e disse que a política de crédito começará a valer neste mês.
"O que faremos ainda neste mês é garantir uma linha de crédito para reforma de casa. O trabalhador às vezes tem uma casa e nasce uma criança, o neto vem morar com ele, ele quer construir um quarto, quer uma garagem para o carro que comprou, uma cozinha maior, um banheiro... Vamos abrir uma linha de crédito para quem quiser reformar", disse.
Essa política pública é prometida por Lula há alguns meses. Em março, durante lançamento do programa “Crédito do Trabalhador”, Lula antecipou que pretendia lançar em breve um programa de crédito para que pessoas façam pequenas reformas em suas residências.
O presidente aposta na ampliação da oferta de crédito no país para recuperar a popularidade, visando à eleição de 2026.
Em março, Lula assinou uma medida provisória (MP) com mudanças nas regras do empréstimo consignado do setor privado, para trabalhadores formais, contratados com carteira assinada (CLT).
A nova regra permite ao trabalhador contratar o empréstimo de qualquer instituição financeira, dando como uma das garantias 10% do saldo do FGTS.
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Outra medida aguardada para alavancar os índices de aprovação do governo é a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil, uma promessa de campanha do petista em 2022.
O projeto de lei sobre o tema, no entanto, ainda tramita na Câmara dos Deputados. A expectativa é de que o relator da matéria, deputado Arthur Lira (PP-AL), apresente ainda nesta semana o parecer sobre o texto.
Outra proposta na fila do governo é um programa de isenção do botijão de GLP, o gás de cozinha. A iniciativa vai substituir o atual Auxílio-Gás e deve ser enviada ao Congresso Nacional via Medida Provisória (MP). O programa deve prever a gratuidade do botijão de gás para 22 milhões de pessoas de baixa renda. Atualmente, o Auxílio-Gás contempla pouco mais de 5 milhões de famílias, segundo dados do governo federal, e paga R$ 106 bimestrais por domicílio.
Além disso, o petista citou, durante discurso em evento no Nordeste, que está pensando em crédito para financiamento de moto para entregador de comida.
Recentemente, o presidente ainda assinou MP que amplia a isenção do pagamento da conta de luz para até 60 milhões de brasileiros. O governo também lançou um programa do Ministério da Saúde para redução no tempo de espera por consultas e procedimentos especializados pelo SUS.
Segundo pesquisa Datafolha divulgada no último dia 13, a avaliação negativa do governo é de 40%, e a positiva, de 28%.