BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a tecer uma série de críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, ao mesmo tempo em que acenou para setores do eleitorado nos quais busca melhorar sua popularidade, como microempreendedores e o agronegócio.
Durante cerimônia de entrega de títulos de regularização fundiária, em Araguatins (TO), nesta sexta-feira (27), o petista fez referência ao Plano Safra da Agricultura Familiar, que será lançado na próxima segunda-feira (30), e disse que não interessa se os fazendeiros doaram dinheiro para Bolsonaro “na vagabundagem dele”.
"Não vou perguntar para quem o fazendeiro votou. Não me interessa. Não quero saber se ele é um fazendeiro que faz Pix para ajudar o Bolsonaro na vagabundagem dele. O que quero saber é se ele está produzindo para o país. Se ele estiver ajudando o país, vai ter crédito. Nós devemos muito à agricultura brasileira", disse.
Lula voltou a indicar que será candidato à reeleição em 2026. Reiteradamente, ele tem afirmado que concorrerá a um novo mandato para “evitar a volta da extrema-direita” ao poder. Nesta sexta-feira, também chamou Bolsonaro, que está inelegível, de “mentiroso”.
"Enquanto eu tiver forças, nunca mais um cidadão mentiroso vai ganhar as eleições nesse país para enganar o povo. Eu tenho 79 anos de idade, tenho falado com Deus e quero viver até 120 anos, primeiro porque estou com muita saúde", destacou.
O presidente criticou programas criados durante o governo Jair Bolsonaro, como o Casa Verde Amarela e a Carteira de Trabalho Verde e Amarela, para fazer um aceno a microempreendedores, categoria na qual ele e a esquerda têm dificuldades de angariar apoio.
"Cadê a Casa Verde e Amarela? A Carteira de Trabalho Verde e Amarela? O trabalhador não quer saber da cor, quer trabalho. Muitos trabalhadores não querem trabalhar com carteira assinada, querem trabalhar por conta própria. Querem ser empreendedores. O que o governo quer fazer? Apoiar. Quem quer carteira assinada, vai ter carteira assinada. Quem quer trabalhar por conta própria vai ter crédito".