BRASÍLIA - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apagou uma postagem em que aparecia usando o boné com o lema da campanha do agora presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, “MAGA” (Make America Great Again).

Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Tarcísio foi duramente criticado por ter apoiado a decisão do presidente norte-americano de taxar produtos brasileiros em 50%. O estado de São Paulo será um dos mais afetados com a medida. O governador paulista já havia usado o boné vermelho em um vídeo no Instagram publicado em comemoração da vitória eleitoral de Trump.

Em entrevista, na quinta-feira (10/7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ironizou a posição do governador de São Paulo e fez menção a uma foto em que Tarcísio usa um boné com o slogan de Trump, “Make America Great Again” (“Fazer a América Grande de Novo”).

“Se vou ser candidato ou não, é outros 500. Agora, os loucos que governaram esse país não voltam mais. O seu Tarcísio pode - e não vale tentar esconder o chapeuzinho do Trump não, Tarcísio - pode ficar mostrando para a gente saber quem você é. Está cheio de lobo com pele de cordeiro. Se for necessário ser candidato para evitar isso, estarei candidato”, disse, em entrevista à TV Record.

Na quarta-feira (9/7), Tarcísio comentou sobre a decisão de Trump de taxar em 50% a importação de produtos brasileiros nas redes sociais e afirmou que Lula colocou a ideologia acima do resultado. 

“Lula colocou sua ideologia acima da economia, e esse é o resultado. Tiveram tempo para prestigiar ditaduras, defender a censura e agredir o maior investidor direto no Brasil. Outros países buscaram a negociação. Não adianta se esconder atrás do Bolsonaro. A responsabilidade é de quem governa. Narrativas não resolverão o problema”, publicou Tarcísio.

Antes, ao compartilhar nota de Trump sobre Bolsonaro, o governador afirmou que o ex-presidente brasileiro deve ser julgado pelo povo brasileiro, durante as eleições, e não pela Justiça.

Tarcísio amenizou discurso defendendo Trump

Já na quinta-feira (10/7), Tarcísio admitiu que a tarifa anunciada por Trump terá impactos negativos para o Brasil e especialmente São Paulo. Ele pediu que o governo federal deixe de lado diferenças ideológicas e sente-se à mesa com o governo Trump para negociar a reversão da medida.

Nesta sexta-feira (11/7), Tarcísio se reuniu com o chefe da embaixada dos EUA em Brasília, Gabriel Escobar.

"Acabo de me reunir com Gabriel Escobar, Encarregado de Negócios da Embaixada dos EUA no Brasil, em Brasília. Conversamos sobre as consequências da tarifa para a indústria e agro brasileiro e também o reflexo disso para as empresas americanas", escreveu, em uma rede social.

"Vamos abrir diálogo com as empresas paulistas, lastrado em dados e argumentos consolidados, para buscar soluções efetivas. É preciso negociar. narrativas não resolverão o problema. A responsabilidade é de quem governa", acrescentou.

A embaixada dos EUA, que está sem embaixador, confirmou a reunião e destacou que São Paulo é o estado "com a maior concentração de investimento americano no Brasil".

"Ressaltamos que diplomatas americanos se reúnem regularmente com governadores brasileiros. A Embaixada dos EUA promove os interesses das empresas americanas e a cooperação bilateral", disse a representação diplomática, por meio de nota.