BRASÍLIA - O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o governo federal estuda medidas para além de taxar produtos americanos como forma de responder à medida do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre exportações brasileiras. 

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai criar um grupo de trabalho para decidir a reação ao novo “tarifaço” de Trump, que entra em vigor no dia 1º de agosto. Até lá, caso as negociações com os EUA não deem resultado, o Planalto vai decidir quais medidas tomar.

“Se essa taxa se mantiver, nós vamos aplicar a reciprocidade com várias medidas. Não serão apenas taxas, outras medidas serão adotadas. Nós já começamos a discutir e até o final do mês vamos deixar tudo pronto para caso essa medida seja confirmada, a gente possa agir”, disse Rui Costa, no domingo (13).

Também neste domingo, o ministro criticou a postura da família do ex-presidente Jair Bolsonaro no episódio. Para Rui Costa, Bolsonaro e seus filhos, como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está licenciado nos Estados Unidos, agem como “sequestradores” que impõem condições para conseguir o que querem.

"É algo medíocre. Eu vi os vídeos dos filhos dele. Parece aqueles filmes de sequestradores, o cara começa a estipular condição: 'ou você faz o que eu quero e paga o preço, ou vão sofrer as consequências'. Parece vídeo de sequestrador que impõe às famílias condições para devolver o seu ente querido", atacou.

O ministro foi respondido pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Em entrevista à CNN Brasil, o filho “01” de Bolsonaro classificou a fala de Rui Costa como amadora.

"Fico impressionado com o amadorismo de Rui Costa. Está mais preocupado em culpar alguém do que resolver a grave situação que o Brasil se encontra, em parte por causa da catastrófica política externa de Lula. [...] Preferem ver o Brasil ser taxado em 200% do que sentar como adulto na sala", apontou.

O senador ainda defendeu a aprovação do projeto de lei da anistia “ampla, geral e irrestrita” ao 8 de janeiro no Congresso como uma maneira de evitar a cobrança das tarifas pelo governo americano e disse “contar com os votos do PT" a favor.