BRASÍLIA - A primeira-dama Janja da Silva voltou a abrir seu perfil no Instagram, quatro meses após restringir o acesso apenas a seguidores em razão de comentários misóginos. Na época, a primeira-dama divulgou uma nota destacando que muitos comentários nas publicações tinham teor machista, misógino e criminosos, com ameaças a ela e ao presidente Lula (PT). 

Depois da conta voltar a ser pública, nesta segunda-feira (7), Janja postou sobre a COP30, conferência climática da ONU (Organização das Nações Unidas) marcada para acontecer em novembro deste ano, em Belém (PA). 

No dia 13 de março, Janja fechou seu perfil e divulgou uma nota em que afirmou que as plataformas digitais “têm sido uma ferramenta cada vez mais utilizada para propagar o ódio e a misoginia”. Ela mencionou dados do Observatório Nacional dos Direitos Humanos (ObservaDH) e da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos da Safernet, de 2017 a 2022, apontando que essa modalidade de violação foi a que mais cresceu entre os crimes de ódio praticados na internet. 

“Os comentários no perfil da primeira-dama Janja no Instagram são um exemplo de como um grupo de pessoas acha que as redes sociais são uma terra sem lei, onde podem escrever ofensas livremente. Comentários que não são apenas machistas e misóginos o que, por si só, já seriam abomináveis. Mas comentários que muitas vezes possuem teor criminoso, que difamam, caluniam e ameaçam a segurança e integridade de Janja Lula da Silva”, disse Janja.

A primeira-dama afirmou que a decisão de restringir o acesso à sua conta é temporária, visando “reforçar a moderação dos comentários em suas publicações, bem como de seus seguidores”.

Na mesma nota, Janja defendeu que as plataformas digitais sejam regulamentadas não só no Brasil, como globalmente. Ela prega que as redes se responsabilizem e punam os crimes cometidos dentro delas.

“Mas o que vimos nos últimos meses é um retrocesso. A própria Meta realizou mudanças nas Diretrizes da Comunidade, com medidas que mudam regras da empresa para combater a desinformação e o ódio, alterando especialmente diretrizes sobre gênero e deixando de punir criminosos”, apontou.

Janja foi criticada por se dirigir a Xi Jinping sobre redes sociais

Janja foi criticada por cobrar regulação das plataformas digitais ao presidente chinês Xi Jinping, durante uma visita oficial do presidente Lula à China. Segundo integrantes da comitiva brasileira, a primeira-dama teria provocado um mal-estar no jantar com o presidente da China ao falar sobre o TikTok - rede social controlada pela empresa chinesa ByteDance.

Em certo momento, Janja teria pedido a palavra para abordar alguns riscos da plataforma chinesa. Segundo ela, a rede social representa um desafio em um contexto de crescimento da extrema-direita no Brasil e no mundo. A primeira-dama apontou que o algoritmo do TikTok tende a favorecer publicações e perfil de direita.

Depois, em entrevista, ela negou ter quebrado o protocolo no jantar. “Não foi quebra de protocolo nenhum. Nós estávamos em um jantar conversando. Não entrei em uma sala gritando”, disse Janja.

“Eu não sou um biscuit de porcelana. Eu não vou ao jantar só para acompanhar meu marido”, declarou.