BRASÍLIA - O ministro da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência), Sidônio Palmeira, pediu para adiar sua ida para uma comissão na Câmara dos Deputados, marcada inicialmente para quarta-feira (9), para o segundo semestre. Ele foi convidado para ir à Comissão de Comunicação para explicar campanhas da Secom. A informação foi confirmado ao jornal O TEMPO Brasília.
A ida dele à Câmara aconteceria em meio a um embate entre o governo de Lula e o Congresso, que envolve a tentativa do governo de aumentar alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Após Câmara e Senado derrubarem o decreto presidencial, com ampla maioria, o Planalto incentivou uma campanha nas redes sociais, de ricos x pobres.
O presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), já reclamou de ataques na internet e responsabilizou o governo. Em um vídeo divulgado em suas redes sociais, Motta rebateu as críticas: “Capitão que vê o barco indo em direção ao iceberg e não avisa, não é leal, é cúmplice. E nós avisamos ao governo que essa matéria do IOF teria muita dificuldade de ser aprovada no Parlamento", disse.
"O presidente de qualquer Poder não pode servir a um partido. Ele tem que servir ao seu país. Pode ter certeza, se uma ideia for boa, nós vamos defender e assoprar para que ela possa atingir toda a população”, completou. Motta ainda destacou que a derrubada dos decretos sobre o IOF contou com votos, inclusive, de parlamentares da esquerda, mesma ideologia política de Lula.
“Quem alimenta o nós contra eles, acaba governando contra todos. A Câmara dos Deputados, com 383 votos de deputados de esquerda e de direita, decidiu derrubar um aumento de imposto sobre o IOF, um imposto que afeta toda a cadeia econômica. A polarização política no Brasil tem cansado muita gente e agora querem criar a polarização social”, frisou.
O convite da Comissão de Comunicação da Câmara a Sidônio foi aprovado antes da escalada das críticas à movimentação do Planalto contra o Congresso.