BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira (8) que não pretende se candidatar a nenhum cargo nas eleições de 2026 e que não tratou do assunto em nenhum momento com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Caso concorra a algum cargo no próximo ano, Haddad terá que deixar o Ministério da Fazenda até o início de abril, quando se encerra o prazo para a desincompatibilização. Ele afirma que o objetivo é permanecer no cargo.

“O que me perguntaram foi: ‘Você pretende ficar até o final do mandato?’. Eu disse que pretendo, mas não é algo que eu possa garantir, porque não tenho um mandato. O cargo é do presidente da República. Eu gostaria de concluir minha agenda à frente da Fazenda”, declarou, em entrevista ao portal Metrópoles.

Nos bastidores, Haddad é apontado como um possível candidato ao Senado em 2026 por São Paulo. Apesar de o bolsonarismo ter força no Estado, petistas entendem ser viável uma vitória do ministro pelo fato de o próximo pleito eleger dois senadores por Estado. 

A ideia teria o apoio de Lula, mas segundo Haddad, eles não conversaram sobre isso até o momento. “Eu nunca conversei sobre 2026 com o presidente, nunca conversamos sobre isso […] Nós conversamos sobre ele [candidatura à reeleição]”.

Haddad cogita, no entanto, assumir uma função de coordenação na campanha de Lula em busca do quarto mandato na Presidência da República, o que permitiria ao ministro permanecer na Fazenda até o fim do governo.

Há uma ala do PT paulista que não descarta lançar o nome de Fernando Haddad ao governo do Estado, mesmo admitindo que seria uma vitória menos provável, devido à força do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Mas o cenário tido como mais provável é um apoio à provável candidatura do hoje ministro do Empreendedorismo e da Microempresa, Márcio França (PSB).