BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um almoço, nesta quarta-feira (3/9), com o presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União-AP), e os ministros do União Brasil, no Palácio da Alvorada, um dia após o partido anunciar que está desembarcando do governo. 

O ministro do Turismo, Celso Sabino, esteve presente, assim como Frederico Siqueira (Comunicações) e Waldez Góes (Desenvolvimento Regional). Estes dois últimos não são filiados ao União Brasil, mas foram indicados por Alcolumbre. A ministra responsável pela articulação política, Gleisi Hoffmann, também participou.

O encontro acontece um dia após a Federação formada por PP e União determinar que qualquer filiado desses partidos que esteja com cargos no Executivo federal abdique de suas funções. Foi dado o prazo até o dia 30 de setembro para que eles deixem a Esplanada dos Ministérios. Caso contrário, podem sofrer punições internas. 

A ordem, portanto, também vale para o ministro do Esporte, André Fufuca, que é do PP. Horas após o anúncio de seu partido, ele publicou uma nota afirmando que “segue despachando normalmente em seu gabinete”.

No caso de Sabino, há tratativas para que ele permaneça no cargo. Político pelo estado do Pará, ele está mais relutante em deixar o governo. O principal motivo é a COP30, que vai acontecer em Belém, em novembro, e é uma aposta do ministro  para se cacifar na disputa por uma vaga no Senado em 2026. Não é descartada, por exemplo, uma troca de partido.

O anúncio do PP e do União Brasil era tido como uma questão de tempo e tem relação direta com os planos das duas siglas para as eleições de 2026, quando devem embarcar em um projeto de oposição a Lula, como uma possível candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ao Palácio do Planalto.