Após não comparecer à cerimônia de posse de Ricardo Lewandowski como Ministro da Justiça e Segurança Pública, realizada em 1º de fevereiro, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), quis "se retratar" em uma reunião nesta terça-feira (6), que teve duração de cerca de 40 minutos.

A ausência de Lira na posse ocorreu devido a compromissos em Alagoas, onde estava envolvido com a articulação para as eleições municipais no Estado. No entanto, essa falta evidenciou um desgaste na relação entre Lira e o Executivo. O presidente da Câmara preferiu não comentar sobre o encontro com o ministro da Justiça quando questionado pelos jornalistas.

Por sua vez, Lewandowski falou brevemente com a imprensa na Câmara dos Deputados, ressaltando que a reunião foi uma "visita de cortesia" para "manifestar respeito ao presidente Arthur Lira e colocar o Ministério da Justiça e da Segurança Pública à disposição do Congresso Nacional".

O ministro também esclareceu que as operações da Polícia Federal (PF) contra parlamentares não seriam discutidas durante a visita. Segundo uma fonte do governo, Lewandowski fez questão de ir até Lira para a agenda oficial. 

O encontro ocorreu após o duro discurso de Lira na abertura do Ano Legislativo, no qual ele enviou mensagens ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva sobre questões sensíveis na relação entre o Congresso Nacional e o Poder Executivo.

Lira reforçou a posição, compartilhada pela maioria dos parlamentares, contrária à tentativa do Planalto de reverter a desoneração sobre as folhas de pagamento de empresas de 17 setores da economia. Além disso, o deputado mencionou o veto do presidente Lula a R$ 5,6 bilhões em emendas parlamentares do Orçamento de 2024 e um cronograma que previa o pagamento obrigatório de emendas parlamentares impositivas no primeiro semestre.