Governo

Atual gestão ainda não encontrou 83 móveis sumidos do Palácio da Alvorada

Informação foi divulgada pela Secom para justificar compra de itens como cama, sofás e colchão por quase R$ 200 mil

Por O Tempo Brasília
Publicado em 12 de abril de 2023 | 10:38
 
 
 
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A gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não conseguiu encontrar 83 móveis que foram considerados desaparecidos do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, na mudança da antiga gestão de Jair Bolsonaro para a atual. Em janeiro, o trabalho de curadoria das residências havia identificado 261 móveis sumidos, mas só 178 foram achados desde então. A informação foi divulgada por meio de nota pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência nesta terça-feira (12), para justificar a compra de móveis para o palácio.

De acordo com a Secom, o mobiliário do Alvorada é composto de móveis nacionais e estrangeiros, sendo vários deles de presentes recebidos.

"Em janeiro deste ano, a curadoria das residências oficiais identificou que 261 móveis do Alvorada estavam desaparecidos. Após três meses de procura, 83 móveis ainda não foram encontrados. A ausência de móveis e o péssimo estado de manutenção encontrado na mobília do Alvorada exigiram a aquisição de alguns itens. Os móveis adquiridos agora integram o patrimônio da União e serão utilizados pelos futuros chefes de Estado que lá residirem", explicou a Secom.

A compra de móveis é alvo de polêmica em razão de dispensa de licitação, o que foi questionado por parlamentares da oposição junto ao Tribunal de Contas da União (TCU). O processo foi arquivado pelo relator, Vital do Rêgo, em razão de não cumprir os requisitos de admissibilidade, já que os parlamentares não conseguiram apontar indícios mínimos de sobrepreço, superfaturamento ou malversação de dinheiro público no episódio.

Na segunda-feira, o jornal "Folha de S. Paulo" revelou que o governo Lula gastou R$ 196.770 em cinco móveis e um colchão para o Palácio da Alvorada. Em lojas de Brasília, foram compradas uma cama, dois sofás, duas poltronas e um colchão king size. Só o sofá custou R$ 65,1 mil. A cama, custou R$ 42,2 mil. Nos dois casos, há revestimento em couro italiano, 100% natural, com tratamento para evitar ressecamento. Os dados foram obtidos pelo jornal por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).

A Secom afirma que a dispensa de licitação se justifica pela necessidade de se manter o padrão do projeto do prédio.

"Por se tratarem de peças específicas para manterem a harmonia do projeto arquitetônico do palácio, e para que fosse possível voltar a utilizá-lo para sua finalidade de residência oficial, cessando a instalação precária e com custos, em especial do ponto de vista de segurança, do chefe de Estado em um hotel, houve a dispensa de processo licitatório", explica o órgão.

A Secom afirma que "se o Palácio não tivesse sido encontrado nas condições em que foi, não teria sido necessário efetuar a compra de móveis". No início do ano, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, fez um tour pelo Palácio da Alvorada mostrando infiltrações, móveis danificados ou ausência de mobiliário em alguns cômodos, o que atrasou a entrada do casal presidencial na residência. Eles ficaram morando em um hotel da capital federal e só foram para o palácio na primeira semana de fevereiro.

Sobre a compra de móveis, a Secom comparou o episódio á compra de um avião Airbus presidencial em 2004. "A aeronave foi utilizada por outros presidentes e será utilizada pelos próximos chefes da nação", afirmou ao justificar a aquisição.

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