O presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, criticou duramente aqueles que são contra a vacinação de crianças contra o coronavírus, logo na abertura de seu discurso na reunião que vai decidir, nesta quinta-feira (20), a autorização da vacina da Coronavac para crianças e adolescentes com idades entre 3 e 17 anos.
"Eu gostaria de saber o que as pessoas disseminadoras de fake news vão fazer com os números de mais de 70% de aumento de internação de crianças em UTI no dia de hoje. Será que os disseminadores de fake news vão noticiar isso também?", provocou Barra Torres.
Em seguida, acrescentou: "Penso que não. Infelizmente não vão noticiar isso porque não interessa ao disseminador de fake news".
Desde dezembro do ano passado, quando a Anvisa autorizou o uso da dose pediátrica da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos, Barra Torres e o presidente da República Jair Bolsonaro (PL) estão em conflito aberto. Bolsonaro reiteradas vezes promoveu a anti-campanha de vacinação infantil contra a Covid-19 e defende que a imunização das crianças não seja obrigatória.
A vacina da Coronavac é produzida em parceria com o Instituto Butantan. Caso seja liberada, pode alavancar o ritmo da imunização dos pequenos, pois o laboratório já possui 15 milhões de doses prontas para distribuir para todos os estados.
O governo federal comprou da Pfizer 20 milhões de vacinas pediátricas, que devem ser entregues ao Brasil em pequenos lotes até fins de março. A quantidade é insuficiente para o número total de crianças estimado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, cujo cálculo mais recente é de 20,5 milhões de crianças no país.
A compra também não é suficiente para a segunda dose do imunizante, que deve ser aplicada em oito semanas após a primeira dose.
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