O presidente da República Jair Bolsonaro (PL) admitiu desconhecimento da realidade da seca nas regiões do país para além do Nordeste, ao mesmo tempo em que manifestou novamente preconceito com o povo nordestino.
Em discurso no Palácio do Planalto, em Brasília, nesta quarta-feira (23), por ocasião do lançamento da nova carteira de identidade, Bolsonaro listou ações do governo federal e comentou a construção de uma barragem no município de Bagé, no Rio Grande do Sul.
"Barragem em Bagé. Eu não sabia, talvez vocês não soubessem que em Bagé [Rio Grande do Sul] faltava água. Não é só no Nordeste não. Trabalho do nosso Exército Brasileiro", declarou o presidente, que busca conquistar votos dos nordestinos na campanha pela reeleição.
A escassez hídrica tem sido uma realidade enfrentada não somente nas Regiões Sul e Nordeste, como também no Centro-Oeste e Sudeste. Esse foi, inclusive, um dos motivos para os alertas de apagões no país.
Em setembro do ano passado, Bolsonaro chegou a pedir, durante uma live, que os brasileiros tomassem banho frio e apagassem as luzes de casa para economizar energia devido à crise hídrica.
No início deste mês, Bolsonaro e comitiva de ministros visitaram estados do Nordeste, que é reduto do PT e do principal adversário político na disputa pelo Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Embora buscasse reduzir a rejeição ao seu governo, Bolsonaro usou termos pejorativos para se referir ao próprio sogro e ao povo nordestino, durante discurso no município Jucurutu, no interior do Rio Grande do Norte.
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