O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender o armamento da população e reclamou que o atirador que matou um guarda municipal petista em Foz do Iguaçu seja chamado de bolsonarista pela imprensa. Em conversa com os apoiadores na saída do Palácio da Alvorada ele voltou a criticar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e seus adversários e afirmou que o poder só emana do povo quando a população vota corretamente.

Bolsonaro chamou de "briga de duas pessoas" o episódio em que o policial penal Jorge José da Rocha Guaranho, que é apoiador do presidente, invadiu uma festa de aniversário temática de do guarda municipal Marcelo de Arruda e o matou a tiros. O aniversariante ainda reagiu antes de morrer e também atingiu o policial penal, que está em estado grave. O presidente não condenou o episódio, nem prestou solidariedade à vítima.

"Você viram o que aconteceu ontem, uma briga de duas pessoas lá em foz do Iguaçu. Bolsonarista, não sei o que lá. Agora, ninguém fala que o Adelio é filiado ao PSOL, ne?", disse Bolsonaro, em referência ao fato de Adélio Bispo, homem que o esfaqueou em 2018 ter tido uma antiga filiação ao partido de esquerda bem antes do episódio.

Bolsonaro ainda exaltou o aumento do número de registros de armas para colecionadores, atiradores e caçadores  (CACs) no país durante seu governo

"Aqui tem um pessoal pró-armas. Eu entendo que arma é liberdade e segurança e é garantia de uma nação também. O maior exercito do mundo é o americano e são seu CACs também. Aqui nós estamos chegando a 700 mil CACss. Em três anos e meio dobramos o número de CACs no Brasil. Outra questão que a gente sempre fala. O que está em jogo no Brasil é o futuro de vocês. E todo mundo tem que estar junto. Não é uma pessoa que vai mudar o destino do Brasil. Uma andorinha não faz verão", disse.

O presidente afirmou que o preceito constitucional que aponta que todo poder emana do povo depende da escolha que essa população faz nas eleições.

"Pessoal fala que todo poder emana do povo. Isso é verdade? Então vamos lá. Alguém acha que o povo cubano quer liberdade ou não? Venezuelano quer liberdade ou não? E o norte-coreano? Entao o povo tem poder se escolher certo seus representantes. Se escolher errado, como quase sempre fizeram, a tendência é a gente piorar a vida de todo mundo. Isso que eu tenho falar", disse.

No domingo, o presidente havia se manifestado sem citar diretamente o assassinato em Foz do Iguaçu. Na ocasião, ele afirmou que dispensa o apoio de quem pratica atos violentos e atacou a esquerda.

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