O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) repreendeu apoiadores que falavam informações falsas no espaço conhecido como cercadinho do Palácio da Alvorada, em que para conversar com eleitores na saída da residência oficial, em Brasília.
Uma apoiadora, aparentemente uruguaia, afirmou que “tem uma lei, que colocou o senhor Lula da Silva, que libera o abuso e libera o incesto aqui no Brasil, e tem crianças amarradas por essa lei”.
Ela foi logo questionada por Bolsonaro. “Liberou incesto? Eles já falaram no passado aqui, mas não chegou nenhum projeto nesse sentido não”, apontou, sendo interrompido pelas pessoas que tentavam avisar ser uma lei de 2010.
“Lei de 2010 que aprova o incesto? Não. Isso não. Eu desconheço”, garantiu o presidente. Ao lado de um deputado não identificado, Bolsonaro questionou a aprovação da suposta lei e negou, novamente, a existência. “Vamos criticar com conhecimento”, finalizou à apoiadora.
A mulher falou para o presidente que estava “muito preocupada” sobre aprovação de algo semelhante no Uruguai, quando Bolsonaro, novamente, a repreendeu. “Eu acho que o presidente não apoia isso aí”, disse.
A informação divulgada pelos apoiadores do presidente é falsa. O Brasil não possui lei que permite ou facilita o abuso de crianças ou adolescentes ou a prática do incesto, quando há relação amorosa ou sexual entre integrantes de uma família ou entre parentes consanguíneos.
Presidente acumula polêmicas sobre fake news
Apesar de ter corrigido a apoiadora, Bolsonaro acumula polêmicas relacionadas à divulgação de fake news. Durante a pandemia, ele foi duramente criticado por incentivar o uso de medicamentos que não têm eficácia comprovada para a Covid-19, além de estimular a infração de medidas sanitárias com a apresentação de estudos questionáveis.
Em um dos últimos casos, na live semanal que faz com apoiadores por meio de redes sociais, o presidente associou a vacina contra a Covid-19 com o risco de uma pessoa se infectar com o vírus que causa a Aids. Depois da fala, as plataformas Twitter, Facebook, Instagram e Youtube excluíram o vídeo.
Além disso, Bolsonaro foi incluído no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura a divulgação de informações falsas. A decisão foi do ministro Alexandre de Moraes, que se baseou nos ataques, sem provas, feitos pelo presidente às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral do país.
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