O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quinta-feira (25) que, caso dependesse da vontade dele, não haveria nenhum evento de carnaval no Brasil em 2022.
Ele, que sempre criticou as medidas de proteção contra a covid-19, recorreu justamente à crise sanitária para justificar a sua posição. O chefe do Executivo, no entanto, não falou contra a realização de qualquer outro tipo de evento que cause aglomeração.
“Por mim, não teria Carnaval, mas tem um detalhe: quem decide não sou eu. Segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), quem decide são os governadores e prefeitos”, disse Bolsonaro, em entrevista à Rádio Sociedade da Bahia.
“Não quero aprofundar nessa que poderia ser uma nova polêmica. Em fevereiro do ano passado, ainda estava engatinhando a questão da pandemia, pouco se sabia, praticamente não tinha óbito no Brasil, eu declarei emergência e os governadores e prefeitos ignoraram, fizeram Carnaval no Brasil”, prosseguiu.
A situação de emergência em função da pandemia de covid-19 no mundo foi declarada em 6 de fevereiro de 2020, e as festividades de Carnaval ocorreram de 21 a 29 de fevereiro. No entanto, o decreto que reconhece a situação de calamidade pública no Brasil só foi publicado em 18 de março.
Bolsonaro, que inúmeras vezes minimizou a doença e até fez piadas de pacientes, voltou a se isentar da responsabilidade pelas milhares de mortes decorrentes da covid-19 no país.
“Não tenho culpa disso. Não estou me esquivando nem culpando outras pessoas. É uma realidade, é uma verdade. Todo o trabalho de combate à pandemia coube aos prefeitos e governadores. Para mim, o que coube: mandar recursos para estados e municípios. No total, gastamos no ano passado R$ 700 bilhões”, afirmou.
Bolsonaro ataca presidente da França
Em outro momento, Bolsonaro reclamou mais uma vez do colega francês, Emmanuel Macron.
“O grande opositor a esse acordo [Mercosul-União Europeia] é o presidente da França. Em parte, nós concorremos com o que produzimos para o mundo, que são as commodities. Coisas que vêm do campo. Então, o Macron sempre foi contra a gente. E ele sempre bateu na gente na questão da Amazônia”, afirmou Bolsonaro, em entrevista à Rádio Sociedade da Bahia.
O presidente brasileiro emendou dizendo que o encontro de Macron com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na semana passada, foi uma provocação a ele.
“Parece que é uma provocação, sim. Agora, será que o seu serviço de inteligência não sabe quem foi o Lula aqui ao longo dos oito anos dele e mais da Dilma? O que foi feito no Brasil? Queimadas na Amazônia, inclusive, os picos aconteceram na época do PT”, disparou Bolsonaro.
“O seu Macron tem um problema comigo, até porque eu não aceito… Ele há pouco tempo publicou uma foto de mais de 10 anos dizendo que a Amazônia estava pegando fogo. A foto de mais de 10 anos cujo fotógrafo já tinha até morrido e causou grande transtorno pra gente, né?”, contou Bolsonaro, citando críticas de celebridades do mundo todo ao Brasil, como o ator Leonardo DiCaprio.
Macron recebeu Lula no Palácio do Elysée, residência oficial do presidente francês, com protocolo dispensado a chefes de Estado, no dia 17. Lula fazia um giro pela Europa enquanto Bolsonaro visitava países do Golfo Pérsico.
Na agenda pela Europa, Lula elencou a agenda ambiental e o combate à fome como os dois assuntos prioritários que tratou com os líderes.
Bolsonaro ofendeu primeira-dama da França
Em agosto de 2029, Bolsonaro ofendeu a primeira-dama da França, Brigitte Macron, ao endossar um comentário em sua página no Facebook que zombava dela.
O comentário ocorreu em meio a uma discussão pública com Emmanuel Macron, que classificou o gesto de Bolsonaro como “triste” e sugeriu que o brasileiro não está à altura do cargo que ocupa. No sábado, um seguidor postou foto dos casais Macron e Bolsonaro em uma publicação do presidente brasileiro no Facebook, com a legenda: “Agora entende por que Macron persegue Bolsonaro?” O perfil do presidente respondeu: “Não humilha cara. Kkkkkkk”.
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