No sétimo dia de guerra na Ucrânia e mantendo sua posição de neutralidade, o presidente Jair Bolsonaro (PL) usou o Twitter nesta quarta-feira (2) para falar do impacto da operação militar russa na economia brasileira.

O presidente, que continua no Guarujá, litoral paulista, para onde foi no sábado de Carnaval, afirmou que é grande o risco de faltar ou aumentar o preço do potássio, produto usado como matéria-prima para fertilizantes, insumo essencial para o agronegócio, setor responsável pelos melhores números da economia brasileira.

Bolsonaro ressaltou que o Brasil depende do potássio vindo da Rússia e aproveitou para defender a exploração do mineral em terras indígenas. A mineração nesses territórios é um antigo desejo do presidente. 

Ele compartilhou vídeo de um discurso seu feito em 2016, quando era deputado federal, em que defendeu o agronegócio brasileiro e a exploração mineral em reservas indígenas. 

“Em fevereiro de 2016, como deputado, discursei sobre nossa dependência do potássio da Rússia. Citei 3 problemas: o ambiental, o indígena e a quem pertencia o direito exploratório na foz do Rio Madeira (existem jazidas também em outras regiões do Brasil)”, escreveu Bolsonaro

"Nosso Projeto de Lei n° 191 de 2020, 'permite a exploração de recursos minerais, hídricos e orgânicos em terras indígenas'. Uma vez aprovado, resolve-se um desses problemas", completou o presidente.

Em seguida, ele cobrou dos deputados e senadores uma posição favorável à mineração em terras indígenas, com uma mudança na legislação brasileira. 

“Com a guerra Rússia/Ucrânia, hoje corremos o risco da falta do potássio ou aumento do seu preço. Nossa segurança alimentar e o agronegócio (Economia) exigem de nós, Executivo e Legislativo, medidas que nos permitam a não dependência externa de algo que temos em abundância”, escreveu o presidente.

A Rússia é o maior fornecedor desses produtos para o Brasil. Em 2021, 62% do total importado pelo Brasil da Rússia foram adubos ou fertilizantes químicos (no equivalente a US$ 3,5 bilhões).

Diplomatas brasileiros deixam Kiev

Com o cerco das tropas russas a Kiev, o Brasil decidiu retirar seus diplomatas e outros servidores da capital ucraniana. 

O Ministério das Relações Exteriores removeu seus funcionários para duas bases de apoio temporárias, nesta terça-feira (1º).

O órgão informou que a medida visa melhorar o atendimento aos brasileiros que tentam escapar da guerra da Ucrânia. 

Com isso, o embaixador Norton Rapesta e a equipe dele deixaram Kiev, principal alvo da ofensiva do exército russo.

Os escritórios consulares temporários ficarão em Lviv, próxima à fronteira da Ucrânia com a Polônia, e em Chisinau, capital da Moldávia. 

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