O presidente da República Jair Bolsonaro (PL) fez longo discurso inflamado, nesta quinta-feira (31), durante cerimônia no Palácio do Planalto dedicada à despedida dos ministros que deixarão o governo para concorrer às eleições.
Na ocasião, ele voltou a atacar as urnas eletrônicas e defendeu, indiretamente, o deputado federal bolsonarista Daniel Silveira (União-RJ), condenado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a usar tornozeleira eletrônica e, em contrário, pagar multa e ter contas bancárias bloqueadas.
"Não sou mais forte, ou machão que ninguém. Quando aceitei entrar para o Exército, jurei dar minha vida pela pátria. Acredito que todos vocês aqui hoje juraram dar sua vida pela liberdade. Não podemos aceitar o que vem acontecendo passivamente", afirmou Bolsonaro e prosseguiu.
"Ah, não é comigo, ele pode ser detido, mas não é comigo, ele pode ter seus bens confiscados, seu salário retido, ah não é comigo, deixa pra lá. Vai chegar em você", disse, em referência a Silveira, que estava na cerimônia do Planalto.
Pouco depois, citou diretamente o deputado: "Estou aqui por ser voluntário, tenho que fazer trabalhos difíceis. É muito fácil falar: 'Daniel Silveira, cuida da tua vida', não vou falar isso".
"Hoje nós temos um presidente da República, chefe do Executivo, que luta por transparência nas eleições. Proibiram duvidar de urna eletrônica. 'Se duvidar, eu casso o registro e prendo'. Nós temos a obrigação de exigir das autoridades a certeza na transparência do voto, porque o voto é a alma da democracia", acrescentou.
Em seguida, cada vez mais exaltado, o presidente sinalizou que tomará alguma atitude sobre as eleições, mas não expôs o que será feito.
"Sei da minha responsabilidade, mas sei que se eu não decidir, todos sofrerão com isso, ou quase todos, porque tem uma minúscula parte que vai se beneficiar. Aprendi desde cedo que pior que uma decisão mal tomada é uma indecisão. Não pode ter conselheiros ao teu lado dizendo calma, espere o momento oportuno. Calma é o cacete, porra", arrematou.
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