Recordes

Com onda de calor, ONS aciona termelétricas e compra energia de países vizinhos

Medidas foram tomadas por causa do alto consumo de energia, que bateu recordes em função das altas temperaturas

Por Renato Alves
Publicado em 17 de novembro de 2023 | 08:31
 
 
 
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O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) tomou uma série de medidas emergenciais para suprir a alta demanda de energia em todo o país por causa da onda de calor. O pacote inclui o acionamento de usinas térmicas, de termelétricas a carvão, a gás e a diesel, além de importação de energia de países vizinhos, como Uruguai e Argentina.

Comumente, as usinas térmicas são acionadas no Brasil quando os reservatórios das hidrelétricas estão baixos, o que não é o caso agora. A questão no momento é o alto consumo de energia, que bateu recordes por dois dias seguidos. Nos primeiros dias de novembro, a alta no consumo chegou a 16,8%. A expectativa é que, em todo este mês, o consumo aumente 11% em relação a novembro de 2022. 

As altas temperaturas em várias cidades brasileiras levaram a um novo recorde no consumo de energia na tarde de terça-feira (14), quando, às 14h20, o Sistema Interligado Nacional (SIN) atingiu 101.475 MW. Na segunda (13), às 14h17, o consumo ultrapassou pela primeira vez os 100 mil MW, chegando a 100.955 MW. A maior marca até então era de 97.659 MW, registrada em 26 de setembro.

No momento do recorde de terça, o atendimento foi feito por hidrelétricas (59,8%), solar (19,6%), térmicas (11,5%) e eólicas (9,5%). A produção das usinas térmicas vinha mantendo um padrão médio em torno de 7 mil MW por dia. Na última segunda-feira (13), em que houve o recorde na demanda, a produção das térmicas começou a subir. Desde então aumentou 63%.

A energia gerada pelas termelétricas é mais cara por causa do custo dos combustíveis fósseis, como por exemplo o gás natural. Com o conflito entre Israel e o Hamas, os derivados do petróleo subiram de preço, o que pode impactar no valor cobrado na tarifa de energia no Brasil, o que ainda não foi informado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Brasil compra mais energia do Uruguai e da Argentina

A ONS tem buscado outros recursos para garantir o abastecimento de energia elétrica em todo o país em meio ao calor crescente. Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, o órgão aumentou o uso de recursos das bacias dos principais rios, como Paranaíba, Paranapanema, Paraná e Grande. Também há uso mais intenso de usinas do Rio Tocantins, da Bacia do São Francisco, entre outros.

O ONS destacou ainda a oferta de importação de Uruguai e Argentina. A compra de energia dos dois países chega a 2.700 MW. Na terça, quando houve o recorde de consumo, a importação somou 800 MW. A venda e compra de energia pelos países vizinhos é algo comum em períodos de escassez e abundâncias nos respectivos lados.

Já a Aneel informou, por meio de nota, que “tem mantido amplo diálogo com o Ministério de Minas e Energia, distribuidoras e prefeitos dos municípios atingidos, e o objetivo é definir protocolos para melhorar as respostas aos eventos climáticos severos, aprimorando os planos de prevenção e redução de danos”.

 

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