O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) descartou decretar qualquer tipo de intervenção federal no Rio de Janeiro, incluindo decretos de Garantia da Lei de da Ordem (GLO). Nesta sexta-feira (27), ele recebeu jornalistas para um café da manhã no Palácio do Planalto.

Lula disse que, nesta semana, se reuniu com o ministro da Defesa, José Múcio, e os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, para discutir medidas em relação ao Rio de Janeiro. A situação da segurança pública no estado se gravou após mais de 30 ônibus terem sido queimados por milicianos na última segunda-feira (23).

“Eu não quero as Forças Armadas na favela brigando com bandido. Não é esse o papel das Forças Armadas e enquanto eu for presidente, não tem GLO”, afirmou.

Lula determinou que a Aeronáutica reforce o policiamento nos aeroportos, e que a Marinha faça o mesmo nos portos. Um dos objetivos é fiscalizar a entrada de drogas ilícitas no país.

Outro acordo foi feito entre os ministérios da Defesa e da Justiça e Segurança Pública, para determinar a atuação da Polícia Federal.

“E nem a Polícia Federal tem que fazer o papel que é da polícia do estado. A PF tem que ajudar investindo em inteligência, detectando as pessoas e prendendo as pessoas”, apontou o petista.

Além disso, o presidente rechaçou a hipótese de fazer uma intervenção nos moldes da que foi feita em 2018, pelo então presidente Michel Temer, quando as Forças Armadas ocuparam as ruas do Rio de Janeiro.

“Mas a gente não vai fazer nenhuma intervenção, como já foi feita há um tempo atrás, em que se gastou uma fortuna com o Exército no Rio de Janeiro e que não resolveu nada”, completou.