O ministro da Agricultura, e senador licenciado, Carlos Fávaro, pediu, em seu discurso no lançamento do Plano Safra, a convocação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para discutir a taxa básica de juros da economia brasileira. Fávaro pediu, inclusive, que o presidente o licencie no dia em que Campos Neto estiver no Parlamento para ele participar da discussão. Com fortes críticas à manutenção dos juros em 13,75%, ele se disse falando como senador, e afirmou que ela prejudica o desenvolvimento do país.

"Nós temos que convocar o presidente do Banco Central. Nós temos que saber dele qual é a responsabilidade dele com o Brasil. Uma das metas do Banco Central é trabalhar o controle de inflação. Isso está indo muito bem. A política econômica está indo muito bem. Está dando sinais cada vez mais fortes de controle da inflação. É permanente. Qual o sentido se faz em ter taxa de juros básica, a Selic, de 13,75%? O que ele pensa dos empregos, o que ele pensa do desenvolvimento desse país? Quem aprovou o nome dele foi o Senado Federal. E, ao aprová-lo, foi nessas bases e nesse compromisso. E nós temos que cobrar um posicionamento dele. E, se senhor me permite, quando ele tiver no Senado Federal para esse debate, me licencie mais um dia pois eu quero estar lá também fazendo esse debate", disse Carlos Fávaro.

O ministro ainda afirmou que o Brasil "não pode mais ficar refém de uma pessoa que não tenha compromisso com a geração de emprego e com o desenvolvimento econômico". "É claro que tem que ter compromisso com o controle de inflação. dos nós temos. Essa equipe econômica e esse governo", disse.

Segundo Carlos Fávaro, para construir o Plano Safra recorde, foi bem mais difícil em razão da alta da taxa Selic. "(Para fazer) esse Plano Safra, que é recorde e tem muito dinheiro a mais, 27% a mais de recurso, foi muito suor da equipe econômica. Pois o Plano Safra passado tinha (cenário com) taxa básica de juros de 12,75%. E agora foi contribuído com juros de 13,75%. E equalizar isso é um esforço impressionante. Aumentamos muito os recursos, 27%, e conseguimos abaixar um pouco até a taxa de juros. Não podemos continuar dessa forma", reclamou.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, também foi outro que, durante seu discurso no lançamento do Plano Safra, criticou duramente o Banco Central por manter a taxa de juros em 13,75%.

Após o anúncio, em coletiva com detalhe sobre o plano, Carlos Fávaro voltou a criticar a manutenção da Selic. "Muitos setores do agro tem feito críticas a taxa de juros. Só acho que elas precisam ser mais contundentes", disse ele, completando: "O agro precisa se manifestar por uma questão de sobrevivência sobre essa taxa de juros".

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