O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), prestou depoimento na sede da Polícia Federal, em Brasília, nesta sexta-feira (13). Ele é acusado de omissão diante das ameaças, que se concretizaram, de ataques às sedes dos três poderes. Por isso o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o afastou do cargo pelo prazo inicial de 90 dias.
Na decisão, Moraes lista os motivos do afastamento. Entre eles, a "omissão e conivência" do governador com os atos, que resultram na "ausência do necessário policiamento" da Polícia Militar do DF, a autorização para a entrada de ônibus de manifestantes em Brasília e a "total inércia no encerramento do acampamento criminoso na frente do QG do Exército".
É a primeira vez que Ibaneis presta depoimento à PF após bolsonaristas radicais invadirem e depredarem o Congresso Nacional, o STF e o Palácio do Planalto, durante atos terroristas ocorrido no último domingo (8).
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que Ibaneis se ofereceu de forma espontânea para prestar depoimento na PF.
"Neste momento (pouco depois das 12h), está ocorrendo a oitiva do excelentíssimo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha. Faço questão de frisar que foi um oferecimento espontâneo do próprio governador. Ele procurou a Polícia Federal dizendo que gostaria de prestar depoimento e está sendo ouvido neste momento", afirmou Dino durante coletiva de imprensa na sede do Ministério da Justiça.
Os advogados do governador afastado também disseram que ele decidiu se adiantar à eventual intimição e pediu para "prestar esclarecimentos" à PF. A defesa de Ibaneis também pediu acesso aos autos do inquérito.
Na quarta (11), a defesa de Ibaneis encaminhou um memorial a Alexandre de Moraes e se colocaram à disposição do ministro. No documento, os advogados do governador afastado afirmam que o plano de ações de segurança pública para o domingo foi sabotado, e que isso permitiu a invasão de golpistas às sedes dos Três Poderes.
Segundo um memorial, havia um "protocolo de ações integradas, previamente elaborado com a finalidade de promover ações de segurança pública", e Ibaneis "confiou na sua execução, ainda com mais razão quando obteve informações de que tudo transcorria de maneira absolutamente tranquila e pacífica".