O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do presidente da República vai abrir uma investigação para apurar o envio de detalhes da segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).

A informação do envio dos detalhes foi revelada nesta quarta-feira (9) pelo portal Metrópoles. As mensagens do GSI foram mandadas de 6 a 13 de março deste ano. Na época, Cid e Bolsonaro estavam nos Estados Unidos. O ex-presidente deixou o Brasil ainda em dezembro, a dois dias do fim do mandato, para não passar a faixa presidencial a Lula.

Cid recebeu os detalhes de segurança dos seguintes eventos oficiais de Lula: Pequim e Xangai, na China; Brasília; Foz do Iguaçu (PR); e Boa Vista (RR).

As mensagens estavam na lixeira do e-mail de Cid, que, a exemplo de outros auxiliares de Bolsonaro, não apagou as mensagens definitivamente e permitiu que a Polícia Federal e a CPMI do 8 de janeiro acessassem o material.

As mensagens traziam documentos com tarja de “urgentíssimo” com informações como data e horário da reunião de preparação, do reconhecimento do local e da visita do escalão avançado, além do nome e celular do coordenador da segurança. Nas viagens à China, o documento citava ainda os horários de decolagem dos aviões da Força Aérea Brasileira (FAB).

Os e-mails partiram de três militares do GSI: Márcio Alex da Silva, do Exército; Dione Jefferson Freire, da Marinha; e Rogério Dias Souza, da Marinha. Os três trabalharam no Gabinete de Segurança Institucional de Bolsonaro.

“Vamos abrir uma sindicância, afastar das funções as pessoas citadas e desligar da presidência. Vamos continuar apurando, sendo feita a sindicância para apurar as responsabilidades”, afirmou o general Marcos Antônio Amaro dos Santos, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), à Andréia Sadi, âncora da Globonews.