O acordo União Europeia-Mercosul foi tema de reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, nesta segunda-feira (12), no Palácio do Planalto. Logo após o brasileiro demonstrar possuir "preocupações" com o texto colocado, a europeia cobrou uma decisão e declarou esperar que o acordo seja firmado até o final deste ano.
"Expus à presidente Van Der Leyen as preocupações do Brasil com o instrumento adicional ao acordo apresentado pela União Europeia em março deste ano, que amplia as obrigações do Brasil e as torna objeto de sanções em caso de descumprimento. A premissa que deve existir entre parceiros estratégicos é a da confiança mútua e não de desconfiança e sanções", disse Lula em pronunciamento.
O mandatário acrescentou que, "em paralelo, a União Europeia aprovou leis próprias com efeitos extraterritoriais e que modificam o equilíbrio do Acordo" e que "essas iniciativas representam restrições potenciais às exportações agrícolas e industriais do Brasil".
Logo depois, van der Leyen manifestou o desejo de que o acordo seja firmado em breve. "Nós temos a ambição de terminá-lo o quanto antes, o mais tardar até o final do ano. Eu acredito que há vantagens para todos os lados. [...] Esse acordo é mais do que um acordo comercial, é uma plataforma para diálogo, é um engajamento a longo prazo", disse a líder europeia.
O acordo comercial entre os dois blocos foi consensuado em junho de 2019, mas a ratificação não avançou. Os entraves passam por questões ligadas à pauta ambiental e agrícola e foram intensificados quando a União Europeia apresentou um documento com exigências adicionais.
Em abril, Lula afirmou, em uma declaração conjunta com o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, que faltam "pequenos ajustes" para selar o acordo União Europeia-Mercosul e sinalizou que esses ajustes serão feitos: “No que depender de mim, a gente vai fazer o acordo União Europeia–Mercosul. Faltam pequenos ajustes que temos condição de fazer”, disse.
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