Durante reunião com chefes de Poder para discutir medidas de combate à violência no ambiente escolar, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (18) que o tema não vai ser resolvido com “dinheiro”, mas sim com “atitudes”. O petista disse que a solução não está na instalação de muros altos e que "não se pode transformar as escolas em prisão de segurança máxima”. O mandatário classificou, ainda, como “ridículo” a instalação de detectores de metais nas instituições de ensino.
“Não vamos transformar as nossas escolas em uma prisão de segurança máxima, que não tem solução. Não tem dinheiro para isso, nem é politicamente correto, humanamente correto, socialmente correto. Se a gente tentar fazer isso, a gente está dando uma demonstração de que não servimos para muita coisa, porque nós não sabemos resolver o problema real", pontuou.
Durante a reunião, o governo federal anunciou um pacote de ações para melhorias no ambiente escolar, que envolvem tanto segurança quanto medidas socioeducativas. O montante é da ordem de R$ 3 bilhões de recursos do Ministério da Educação (MEC), que já estavam previstos no orçamento e foram adiantados para o cumprimento das ações.
O presidente Lula falou ainda que as plataformas digitais e as famílias devem ser chamadas para o debate público para colaborarem com o ambiente sem violência nas escolas. Por fim, defendeu a regulação das redes sociais e apontou parcela de culpa das 'big techs' pela disseminação de crimes de ódio e fake news.
"Ou nós temos coragem de discutir a diferença entre liberdade de expressão e cretinice, ou não vamos chegar muito à frente. Ou nós levamos em conta a necessidade de educar os pais... Porque a família tem que estar envolvida nesse processo, tem que ter responsabilidade e ajudar a escola"
Lula fez um discurso em que reiterou a fala do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na reunião no Palácio do Planalto, Alexandre de Moraes defendeu a regulação e responsabilização das plataformas digitais. “As pessoas não podem fazer na rede digital, aquilo que é proibido na vida real”, disse Lula.
O presidente do TSE chegou a sugerir ao petista um novo artigo na lei em tramitação no Congresso Nacional. "Precisamos de uma vez por todas determinar que o que não pode ser feito no mundo real não pode ser feito no mundo virtual. Para mim bastaria, presidente Lula, um artigo na lei a ser regulamentado pelo Congresso: o que não pode no mundo real não pode no mundo virtual, é simples", declarou Moraes.
Na presença de governadores, representantes do Legislativo, Judiciários e de prefeituras, Lula disse que o debate passa por toda a sociedade e que encontrar uma solução juntamente com governadores, prefeitos, parlamentares e líderes religiosos.
O presidente também mostrou preocupação com o consumo pelos jovens de jogos eletrônicos de violência explícita. “Não tem jogo, não tem game falando de amor. É game ensinando a molecada a matar”.
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