O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou nesta quinta-feira (27) com o primeiro-ministro da Espanha, o socialista Pedro Sánchez, pelo telefone.
"Conversei com o presidente da Espanha, meu amigo Pedro Sánchez, sobre as eleições da Espanha, as relações entre o Brasil, a América Latina e a União Europeia após a Cúpula em Bruxelas e a importância da preservação do meio ambiente e combate às mudanças climáticas", escreveu Lula pelo Twitter.
A Espanha é parlamentarista. Lula chama Sánchez de presidente porque, no país, o cargo de primeiro-ministro é conhecido como "presidente del gobierno". O mandatário brasileiro conversou com Sánches do Palácio da Alvorada, onde se recupera de um procedimento para aliviar dores no quadril.
O governo brasileiro aposta na proximidade com a gestão socialista na Espanha para impulsionar o acordo entre Mercosul e União Europeia, que está em fase de revisão e emperrado. Os espanhóis presidem o Conselho da UE até o fim deste ano. E o Brasil preside o Mercosul até o fim de 2023.
O partido socialista de Pedro Sánchez, porém, perdeu a eleição no último domingo (23) para o Partido Popular, da direita tradicional, que tenta fechar alianças para assumir o governo.
O primeiro-ministro espanhol se mostrou um aliado de Lula, antes mesmo do petista ganhar vencer Jair Bolsonaro (PL) nas urnas. Desde a corrida eleitoral do ano passado, Pedro Sánchez fez publicações em defesa da candidatura de Lula à Presidência da República.
Foi ele o responsável por convencer Lula a participar da reunião de Cúpula dos líderes da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia, em Bruxelas, na Bélgica, há duas semanas. A previsão era que o vice-presidente, Geraldo Alckmin, representasse o Brasil.
Em Bruxelas, Lula reiterou que vai trabalhar para que o acordo Mercosul-União Europeia, que está em fase de revisão, seja concluído ainda este ano. Além disso, o petista fez críticas aos europeus e pediu um acordo mais ‘equilibrado’. A principal crítica de Lula envolve as sanções as questões ambientais e de desmatamento, bem como as compras governamentais.
“Um acordo entre Mercosul e União Europeia equilibrado, que pretendemos concluir ainda este ano, abrirá novos horizontes. Queremos um acordo que preserve a capacidade das partes de responder aos desafios presentes e futuros. As compras governamentais são um instrumento vital para articular investimentos em infraestrutura e sustentar nossa política industrial”, disse Lula na ocasião, em Bruxelas.
(com informações de Estadão Conteúdo)