O presidente Luiz Inácio Lula da Silva evitou criticar a situação da Venezuela nesta terça-feira (4) durante reunião dos chefes de Estado Cúpula do Mercosul e afirmou que os “defeitos não estão só de um lado, mas que os defeitos são múltiplos”.
Ao assumir a presidência rotativa do bloco econômico e na presença dos demais chefes de Estado, Lula afirmou desconhecer a situação que enfrenta a principal opositora de Nicolás Maduro. Ao contrário de outros presidentes sul-americanos que criticaram a situação do país vizinho, o petista disse que a solução passa pelo diálogo e que não adianta “isolar” ninguém.
“Todos os problemas que a gente tiver de democracia, a gente não se esconde deles, a gente os enfrenta. Eu não conheço os pormenores do problema com a candidata da Venezuela e pretendo conhecer”
A ex-deputada Maria Corina Machado, de 55 anos, foi proibida de ocupar cargos públicos por 15 anos. Adversária política de Nicolás Maduro ela apoio as sanções dos Estados Unidos a Venezuela e apoiou também o ex-líder da oposição Juan Guaidó.
Ainda em seu discurso, Lula sugeriu que os demais presidentes e chefes de estado colaborem na questão da Venezuela e da Nicarágua com “palpites” e reiterou a importante de não isolar os países do bloco econômico.
“A gente tem de conversar com todas as pessoas e tentar não deixar ninguém para fora. Durante a minha campanha (a presidência da República) nós criamos um lema de que ‘ninguém larga a mão de ninguém’. Ou seja, nós vamos ter que estar junto para sair junto. Nós queremos trazer mais países para o Mercosul”.
O bloco econômico é formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. O Mercosul conta ainda com países associados, que são Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname.
A Venezuela era uma nação associada ao bloco, mas foi suspensa em 2017. Os membros do Mercosul entenderam que o país violou a ordem democrática.