O Ministério da Educação disse, nesta terça-feira (22), que “não há nenhuma possibilidade” de o ministro Milton Ribeiro determinar a destinação de recursos “para favorecer ou desfavorecer qualquer município ou estado”.
A nota do MEC se dá após o vazamento de um áudio, divulgado pelo jornal O Estado de São Paulo, em que Ribeiro admite que prioriza o atendimento a prefeituras indicadas pelos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. Na gravação, o ministro aponta que seriam ordens do presidente Jair Bolsonaro.
A pasta nega que o presidente da República tenha pedido atendimento preferencial a algum aliado.
“[O presidente] solicitou apenas que pudesse receber todos que nos procurassem, inclusive as pessoas citadas. Da mesma forma, recebo pleitos intermediados por parlamentares, governadores, prefeitos, universidades, associações públicas e privadas”, diz Milton Ribeiro.
Segundo o Ministério da Educação, desde fevereiro de 2021, foram atendidos in loco 1.837 municípios.
“Independente de minha formação religiosa, que é de conhecimento de todos, reafirmo meu compromisso com a laicidade do Estado, compromisso esse firmado por ocasião do meu discurso de posse à frente do Ministério da Educação. Ressalto que não há qualquer hipótese e nenhuma previsão orçamentária que possibilite a alocação de recursos para igrejas de qualquer denominação religiosa”, afirmou Milton Ribeiro, que é pastor presbiteriano.
O áudio vazado trouxe repercussões negativas para o ministro até mesmo na bancada evangélica. Lideranças do grupo pediram um prazo para que o ministro preste explicações e, caso não julguem convincente a justificativa, pode pedir a demissão do chefe da pasta.
Já parlamentares de oposição acionaram a Procuradoria-Geral da República pedindo uma investigação do caso.
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