Ataque aos poderes

Ibaneis Rocha retorna ao governo do DF, mas continua sendo investigado pelo STF

O primeiro compromisso de Ibaneis em seu retorno ao Palácio do Buriti será uma reunião com a vice-governadora, Celina Leão, que o substituiu durante os 65 dias nos quais ficou afastado

Por Renato Alves
Publicado em 16 de março de 2023 | 09:17
 
 
 
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O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), volta ao cargo na manhã desta quinta-feira (16), 66 dias após ser afastado por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), sob suspeita de omissão e até cooperação diante do movimento de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que culminaram na invasão e depredação das sedes dos três poderes, em Brasília, em 8 de janeiro.

O primeiro compromisso de Ibaneis em seu retorno ao Palácio do Buriti será uma reunião com a vice-governadora, Celina Leão, que o substituiu durante os 65 dias nos quais ficou afastado. Ambos são aliados de Bolsonaro, o que alimentou a desconfiança sobre a atuação nos atos criminosos de 8 de janeiro.

Em seguida, Ibaneis concederá uma entrevista coletiva, marcada para começar às 11h. O evento será transmitido ao vivo pela internet.

Ibaneis continuará sendo investigado em inquéritos do STF

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, autorizou nesta quarta (15) que Ibaneis retornasse imediatamente ao cargo.

Foi Moraes quem afastou o governador, em 9 de janeiro, horas após os ataques criminosos que depredaram e destruíram prédios dos três Poderes. 

Mesmo com seu retorno ao governo, Ibaneis continuará sendo investigado em inquéritos do STF por suposta omissão e conivência com os atos.

Na decisão, o ministro do STF afirma que não vê risco de comprometimento das investigações com o seu retorno à função: 

“O momento atual da investigação – após a realização de diversas diligências e laudos – não mais revela a adequação e a necessidade da manutenção da medida, pois não se vislumbra, atualmente, risco de que o retorno à função pública do investigado Ibaneis Rocha Barros Júnior possa comprometer a presente investigação ou resultar na reiteração das infrações penais investigadas”, afirma no despacho.

Moraes alega ainda que a investigação não traz indícios de que Ibaneis esteja prejudicando o andamento do processo:

“Os Relatórios de Análise da Polícia Judiciária relativos ao investigado não trazem indícios de que estaria buscando obstaculizar ou prejudicar os trabalhos investigativos, ou mesmo destruindo evidências, fato também ressaltado pela defesa e pela Procuradoria-Geral da República". 

Após a decisão, Ibaneis reafirmou que é inocente. “Aguardei com muita paciência, resiliência e confiança na justiça do meu país, esse momento de retorno ao cargo que assumi pela vontade do povo do Distrito Federal, que me elegeu em primeiro turno para um segundo mandato. Agora é seguir firme confirmando a minha inocência junto ao STF e trabalhar ainda mais pela cidade que tanto amo”, afirmou.

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