BRASÍLIA - O candidato derrotado à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) voltou a esticar a corda e tensionar a relação com Jair Bolsonaro (PL). Em vídeo publicado em um dos seus perfis no Instagram, o autointitulado ex-coach - que voltou a dar mentorias e palestras motivacionais - mandou o ex-presidente “tocar a vida” e deixá-lo “em paz”, senão “o pau vai quebrar”.

A declaração foi feita durante a palestra “Como deixar de ser bonzinho” em que Marçal responde ao comentário de que Bolsonaro quer “pegá-lo”. Isso teria surgido após trocas de farpas e falas de enfrentamento ao ex-presidente e ao seu eleitorado durante e após a campanha nas eleições municipais. 

"Bolsonaro, toca a sua vida aí, irmão, seja candidato. Deixa eu (sic) em paz aí. Estou falando sério, eu gosto de você, fica tranquilo. Toca a sua vida. Eu já vi que tem todos os bolsonaristas querendo se levantar contra mim. Eu estou ‘de boa’, eu vou fazer o que eu tenho que fazer aqui e em 2026 ‘nois’ vê’", disse o ex-coach, que já demonstrou intenção de 
“Todos os bolsonarista (sic) tão querendo voltar contra mim. Tô de boa. Eu vou fazer o que eu tiver que fazer aqui, aí em 2026 a gente vê”, avisou.

Na quarta-feira (30), o ex-presidente disse que se arrependeu de ter dado a “medalha dos três is” para o ex-coach, em junho deste ano. "Como começou a onda Marçal? Há três meses ele queria falar comigo, eu conversei com ele. Só ele e mais ninguém. Até dei uma medalha para ele, que foi onde eu errei", declarou Bolsonaro.

No fim do primeiro turno, quando terminou em terceiro lugar e ficou de fora do segundo turno, Marçal exigiu uma retratação pública de Bolsonaro como moeda de troca para apoiar a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB) contra o deputado federal Guilherme Boulos (Psol) - o que não aconteceu. Nunes saiu vitorioso. O gesto, por sua vez, teria eliminado as possibilidades de reaproximação dos dois.

Marçal reclama de Bolsonaro querer ser “o malvadão” com ele

Ainda no vídeo, Pablo Marçal ressaltou o fato de o ex-presidente estar inelegível após decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o impede de disputar eleições até 2030. Para permitir a candidatura do ex-presidente em 2026, o PL busca a aprovação de um projeto de perdão da pena que o beneficie. Segundo Marçal, ao invés de trabalhar e se articular para se tornar apto a disputar as eleições presidenciais de 2026, Bolsonaro prefere bancar o "malvadão" e criticá-lo.

"Cê tem meu respeito, curto você, fica ‘de boa’. Seu problema não é comigo não, é com o STF. Você tem que ser elegível pra disputar a eleição. Luta por isso e eu vou estar torcendo por você, você sabe disso. Mas não fica vindo pra cima de mim porque nós não somos do mesmo partido, eu não devo satisfação para você Cuida da sua vida, cara. Não tenta ser o malvadão para cima de mim não, porque eu sou uma pessoa boa."